quarta-feira, 15 de setembro de 2010

POR QUE MARCHAMOS?

III MARCHA MUNICIPAL PELA DIVERSIDADE SEXUAL

Marcha da Diversidade Sexual de 2009, Zona Leste - Porto Velho
No dia 26 de setembro de 2010 o Coletivo Porto Diversidade estará realizando no lado leste da cidade de Porto Velho, a III Marcha Municipal pela Diversidade Sexual, empunhando o lema: Voto que combate homofobia promove cidadania.

O Coletivo de Discussão para Promoção da Cidadania de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgênicos Porto Diversidade reúne pessoas comprometidas com a promoção de ações reparadoras voltadas ao segmento LGBT, buscando a promoção dos direitos humanos universais dessa população socialmente fragilizada e historicamente assentada em bases de vulnerabilidade social.

A III Marcha Municipal pela Diversidade Sexual é uma caminhada necessária e manifestação legítima da população LGBT, organizada enquanto movimento social, com o firme objetivo de promover justiça e cidadania plena para população homossexual da cidade de Porto Velho. Busca, gradativamente também, estender esta luta para todos os quadrante do município, firmando o possível sonho de se construir uma sociedade livre das práticas homofóbicas, pautada pela irrestrita democracia e garantia dos direitos individuais. Fita, ainda, o propósito urgente de consolidação da cultura de tolerância e de respeito à diversidade sexual e o fortalecimento do sentimento e da atitude fraterna entre heterossexuais e homossexuais.

A história das lutas das mulheres, dos negros, dos índios, dos trabalhadores oprimidos, dos sem tetos, dos sem terras - exemplos de lutas organizadas e avançadas politicamente - apontam na direção de um único caminho a ser seguido por todas as paradas que promovam o orgulho LGBT: transformar esta festa em bandeira de luta deste grande movimento social, com a finalidade de se conquistar mais cidadania, mais justiça e respeito para gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis.

Marcha Municipal 2009, Zona Leste de Porto Velho
Não é mais possível realizar ‘Paradas’ para promoção do orgulho do cidadão gay, enquadrando a manifestação apenas no perfil colorido, alegre, espetacular e festivo (ou absurdamente bizarro na visão dos preconceituosos, conservadores e fundamentalistas), sem uma prévia e necessária discussão de políticas públicas afirmativas e reparadoras para população homossexual.

O espírito alegre, o visual colorido e festivo é algo intrínseco à cultura gay. Contudo, Paradas pautadas apenas na concepção festiva são caminhadas inférteis à promoção do cidadão de direito. Paradas frívolas penas exibem e confirmam o mito do bizarro, do esdrúxulo e da pilhéria. Este formato de Parada contribui somente com a perigosa, covarde e alienante atitude escamoteadora da realidade da população homossexual. Varre e esconde embaixo do tapete da desigualdade social, a perseguição e a humilhação sofrida por milhares de brasileiros e brasileiras que diariamente são vítimas da violência moral e da agressão física, geralmente agredidos por conta da orientação sexual. Violências que também atingem adolescentes e jovens que começam a vivenciar e evidenciar sua sexualidade e práticas amorosas com pessoas do mesmo sexo.

O segmento homossexual de Porto Velho Marcha não apenas por mais ‘visibilidade’ para população LGBT. Gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis, familiares e amigos, irmanados, saem às ruas do lado leste de Porto Velho, região historicamente ocupada por excluídos, em manifestação de protesto para denunciar a opressão, o preconceito, a homofobia e a violência física e psicológica desferidas contra homossexuais. Marcham e exigem políticas públicas para promoção da dignidade LGBT, conscientemente compreendendo e defendendo a ascensão dessa população à esfera pública, como sujeito protagonista de atitudes que promovam a efetivação de políticas de Estado que visem o respeito irrestrito à orientação sexual diferenciada e a promoção ampla da cidadania para homossexuais.

Marcha Muncipal 2009 - Zona Lesto de Porto Velho
Enfim, os homossexuais marcham sobre as ruas da Zona Leste da Cidade de Porto Velho, para banir, definitivamente do convívio social, a desigualdade entre seres humanos - independentemente da orientação sexual -, o racismo, o machismo, a xenofobia e o preconceito e, desta feita, promover o Estado laico, fortalecer a democracia e universalizar a cidadania.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

III MARCHA MUNICIPAL PELA DIVERSIDAE SEXUAL

Marcha Municipal pela Diversidade Sexual - Zona Leste/2009
A Marcha Municipal pela Diversidade Sexual é uma proposta de rediscussão, reflexão e redefinição do formato das Paradas Gays - tradicionalmente já marcada como uma grande festa colorida. A Marcha é uma nova concepção de manifestação do orgulho gay, que vislumbra assentar este grande fenômeno social em um novo foco, privilegiando a luta pela criminalização da homofobia, a promoção do fim da violência contra homossexuais e a consolidação de uma cultura de paz e de respeito à diversidade sexual.


Foi com esta nova concepção, emoldurada pelo paulatino amadurecimento político do movimento homossexual, que lideranças de Porto Velho, posicionadas na proa da discussão da cidadania LGBT, dissidentes do grupo responsável pela organização da Parada do Orgulho Gay na cidade de Porto Velho, tomaram a iniciativa de organizar no ano de 2008 a I Marcha Municipal pela Diversidade Sexual, pautada na premente necessidade de avançar com a grande bandeira política do movimento, que é a aprovação do projeto que torna crime a prática da homofobia.

Objetivando avançar com este novo modelo de manifestação política LGBT, com nítido perfil de movimento social que reuni pessoas mobilizadas pela conquista de suas dignidades, no ano de 2009 os organizadores realizaram a segunda edição da Marcha nas principais vias da zona leste de Porto Velho – e não mais na região central, onde ocorreu a primeira edição, mesmo local também de realização, até hoje, da Parada do Orgulho Gay.
Os bairros da Zona Leste surgiram nos anos de 1970, quando a área foi ocupada por milhares de pessoas que vieram à região, no auge da época da mineração, período da desenfreada corrida da busca do ouro fácil que brotava em nossos rios. São brasileiros de origem humilde, sonhadores, que ali fixaram residência em busca do cobiçado “Eldorado Amazônico”. A ocupação foi um processo acelerado e desordenado, de forma que naquele lado leste de Porto Velho vive hoje, aproximadamente, um terço da população de uma cidade que atinge atualmente cerca de 400 mil habitantes

Uma grande população de jovens desempregados habita e perambula pela região, num frenético vai-e-vem, dia e noite. O envolvimento dessa parcela da população com a violência, o comércio e consumo de drogas e a prostituição é uma realidade crescente, facilmente constatada nos telejornais policiais, abundantes nas principais redes de rádio e televisão, jornais impressos e eletrônicos. Compõe este quadro funesto, como importante e indispensável elo de fortalecimento da rede criminosa, um considerável número de jovens do segmento LGBT.

É neste contexto e circuito que está inserida a Marcha Municipal pela Diversidade Sexual, abrigada pelo manto das cores do arco-íris, revestida com a responsabilidade da inclusão das populações historicamente excluídas e comprometida com o resgate e a promoção da cidadania e da justiça para população LGBT.

PARADA GAY - É fácil julgar um caminho como tresloucado, difícil é participar dele ativamente – Por DJ Revanche

Na sexta-feira anterior à parada do orgulho LGBT, a imprensa online aventurou-se em apresentar à sociedade um retrato do movimento que não condizia com a realidade, um artigo escrito pelo “Aluno do curso de História e Músico” Victor Gabriel. Traduzindo as palavras de uma banda de rock americana, tudo que existia, segundo as palavras do mesmo, era “desordem, desordem, desordem”. O argumento usado, ipsis literis, foi de alguém que vinha “acompanhado por meio de informações esporádicas e de bastidores” e que havia tomado “conhecimento parcialmente da programação”, ou seja, alguém que sequer tinha conhecimento necessário para afirmar o que dizia em suas palavras.

Fazer uma análise profunda baseado na superficialidade do conhecimento que se tem sobre determinado assunto, é, no mínimo, equivocado. Quanto mais algo tão complexo quanto é a parada do orgulho LGBT. Alguém que não conhece a luta que é, todos os anos, a contragosto de muitos que não gostariam de ver a parada sendo realizada, colocar em plena Avenida 7 de Setembro, milhares de pessoas e mostrar ao público em geral que a população envolvida em relações homo-afetivas não é mais minoria, mas sim uma grande parcela da população que deve ser respeitada pelo que representam como seres humanos, não é fácil.

Um pensamento peculiar, externado pelo autor do artigo, foi o de fazer o teste rápido de HIV. Enquanto grande parte da população sequer sabe que ele existe, e que isso evitaria quem a própria doença se propagasse, foi dito que fazer o teste associaria a doença à população LGBT. Algo que não condiz com a realidade, e mostra a caducidade de pensamento do jornalista, que ainda vive as idéias da era Reagan, onde, por absoluta ignorância por parte da população, associavam a AIDS ao homossexualismo e a taxavam de câncer gay, e hoje sabemos que não é verdade isso, e que a doença afeta qualquer pessoa independente da sua opção sexual. AIDS condiz com falta de precaução no ato sexual e no compartilhamento de objetos que façam manipulação de fluídos entre pessoas. Aparentemente, falta conhecimento ao autor do artigo, que trata o público LGBT como vítimas, e não como cidadãos. A única coisa que vitima esse público é a ignorância e o pensamento carcomido por uma autocomiseração onde tudo e todos são inimigos da causa. O público não é inimigo da causa LGBT. A auto-piedade, sem sombra de dúvidas, é.

Algo incrível que se nota no artigo citado, são os ataques desnecessários à semana da diversidade, e aos seus organizadores. Chamar aqueles e aquelas que lutam por um mundo de igualdade de “catitas” é injusto e arrogante, assim como também é irracional julgar os expoentes que abrilhantam o movimento. Não se sabe quem seriam os profissionais relevantes na concepção do autor, mas sem dúvida, para o público LGBT, Porto Velho viu a fina flor do movimento. Djs de boate de quinta categoria e outros profissionais irrelevantes como disse o autor do artigo, foi algo que não se viu na parada desse ano. A começar pelo DJ oficial da parada, o DJ Revanche, que está desde a primeira realização do evento, e que gravou inclusive, um DVD dentro da parada e voltado para o público. 8 anos participando de um mesmo evento, significa consolidação de alguém que abraçou uma causa como sendo sua, realmente vestiu a camisa, independente dos ganhos pessoais que isso venham a ocasionar.

Vestir-se uma causa como se fosse a sua própria, ao contrário do autor do artigo que afirmava ser homossexual assumido, tem muito mais a ver com os resultados que se propagam por se fazer parte dela que ser filho da causa em si. Não é por ser artista, que a arte deixa de ser medíocre. Mediocridade se estampa quando se questiona algo sem fazer nada por isso. E o Dj Revanche, sem dúvida, poderia abandonar a causa, afinal, enfrentar o preconceito de grande parte de seu público de 21 anos de carreira por uma causa que, na lógica do autor do artigo, não é dele, só pode significar total apego a causa. E sem dúvida seu estilo e repertório agrada a todos, tanto que já é tradicional no Clube dos Amigos do Flashback, festa dos estudantes, na parada LGBT, e em festas tradicionais do interior de Rondônia e no Amazonas e outros estados como Amapá, Acre e Mato Grosso. Desconhecer isso, mostra o quanto o autor do artigo desconhecia o poder de barganha que a parada do Orgulho LGBT e o movimento organizado pelo Grupo Gay de Rondônia tinha em mãos.

Um ato singular também mostrado no artigo citado, é o fato de escrever contra a parada um final de semana antes do seu acontecimento. Desejar o fracasso da mesma antes mesmo de ela acontecer, é intrigante, e denota uma frustração com algo como se tivesse sido excluído de ser a bola da vez. Mas o movimento é para pessoas que demonstram alegria de viver, e não permanente frustração. Chamar de Parada Carnavalesca um movimento que é singular pela sua beleza e colorido é, nas palavras do próprio autor “(in)responsável” . É notório que a parada do orgulho LGBT, de Boston à São Francisco, de Paris à Milão, de São Paulo à Porto Velho, é um evento colorido e festivo, e o discurso ideológico não é algo fastidioso, e sim algo implícito em cada um dos participantes.

O discurso não está nos microfones. Está no olhar e na personalidade de cada um que tem a audácia de encarar o preconceito e mostrar aos milhares de observadores que não existe nada errado em ser homossexual, mas sim em discriminar o homossexual. Como diria um cartaz em uma parada passada, na Carolina do Norte, “A parada do Orgulho gay nada mais é que uma celebração do Amor” (The Gay Pride’s Celebrate the Love, no original). Falta muito disso. De se celebrar o amor. Perde-se muito tempo escrevendo artigos inúteis, ao invés de somar com aqueles que estão à frente. E isso só faz aumentar o preconceito , ao invés de estirpá-lo.

(Quinta-Feira , 09 de Setembro de 2010 - 9:45)

A PARADA GAY E SEUS CAMINHOS TRANSLOUCADOS

A PARADA GAY E SEUS CAMINHOS TRANSLOUCADOS


Por Victor Gabriel (*)

Venho acompanhando, por meio de informações esporádicas e de bastidores, a mobilização de lideranças do segmento LGBT (notadamente da Diretoria do Grupo Gay de Rondônia - GGR), de promoter de shows de transformistas e DJ de boate e eventos GLS’s, para organizar e realizar a 8ª Parada do Orgulho Gay da Cidade de Porto Velho, marcada para acontecer no próximo domingo, dia 29 de agosto, sob o slogan Meu voto, minha cidadania. Voto não homofobia.

Semana passada, acessando um site de relacionamentos tomei conhecimento, parcialmente, da programação da Parada 2010. Informei-me melhor. Constatei que a programação se iniciou dia 29 de julho, com a realização de um Pit-Stop, ação tipicamente rasa que não diz absolutamente nada sobre a causa LGBT. No dia 13 de agosto foi realizado o coquetel de lançamento da Parada 2010, oferecido à mídia. No dia 19 de agosto aconteceu o “Seminário Conhecendo a População LGBT e Prevenção das DST\HIV\AIDS”, evento voltado para professores das redes estadual e municipal, no meu entendimento, única ação com conteúdo sério que parecia acenar na direção da causa da população homossexual. O seminário conclamou para o segmento “fazer o diagnóstico do teste Rápido”. No dia 23 de agosto teve início as atividades da “Semana da Diversidade Cultural, Mostras de Fotos em Banners, Filmes (títulos não informados), Exposição de vestimentas de Shows de Travestis”. Aproximadamente duas dúzias de pessoas compareceram à cerimônia de abertura, sendo a grande maioria colaboradora ou de organizadores da Parada.

Chamou minha atenção o Seminário denominado “Conhecendo a População LGBT”, cuja tônica incentiva a realização do Teste Rápido para conferir quem é soro positivo, sendo esta, em minha compreensão, uma importante atitude de conscientização não só para homossexuais, mas para toda população com comportamento de risco. Pergunto-me: estou correto em concluir que a realização do teste HIV é uma estratégia correta e ética, adotada pelos organizadores da Parada, num período em que se supõe discutir apenas a causa homossexual objetivando descortinar e trazer à luz o perfil sócio-econômico da população LGBT de Porto Velho? Será esta mesma a idéia?

Por que não fazer este mesmo teste em outros grandes eventos tradicionais do calendário turístico e cultural de Porto Velho? Exemplo: cavalgada, Feira Agropecuária, Arraial Flor do Maracujá, show gospel, desfile cívico de 7 de setembro, marcha dos evangélicos, marcha zumbi e nos mais variados certames populares que reúne grandes aglomerações humanas.

Discutir e defender o Teste Rápido para detectar o vírus HIV neste período, associando a idéia de portadores da AIDS ao segmento LGBT, ainda que involuntariamente, é, com toda certeza, um tiro no próprio pé.

Em uma sociedade onde se valoriza, ao máximo, discursos fundamentalistas e conservadores (típicos de sociedades arcaicas) e preconceituosos (largamente apregoados e defendidos por neo-evangélicos capitalistas), é, em minha opinião de militante do segmento LGBT, chacina covarde e traiçoeira contra homossexuais. É uma verdadeira cavação de túmulo coletivo para a população gay de Porto Velho e do Estado de Rondônia. Uma atitude equivocada na essência, proposta por alguns lideres do movimento, DJ e promoter de espetáculos de travestis, que atuam no segmento LGBT, responsáveis pela programação da Parada. Uma lástima sem precedentes na frágil e insipiente história do movimento e da Parada do Orgulho Gay de Porto Velho.

Resta-me questionar: até quando a orientação sexual (jeito diferenciado de se colocar no mundo) da população LGBT será comparada a coisas perversas e patológicas? Então, finalmente vamos conhecer a comunidade homossexual de Porto Velho, conforme propõe o título do Seminário, a partir do resultado do Teste Rápido, separando quem é soro positivo do não contaminado? Conheceremos as DST’s e LGBT’s, aí então deveremos concluir que os homossexuais são pessoas fétidas, chaguentas, virulentas e repulsivas? A sociedade e os organizadores do Seminário poderão finalmente conclamar, aliviados: “Venham todos conhecer a comunidade LGBT de Porto Velho e seus males!”.

Senhoras e senhores, Diretores e membros do GGR, (in)responsáveis pela programação e organização da 8ª Parada do Orgulho Gay, isto é uma imoralidade, uma carnificina, um acinte ao bom senso. Melhor falando, com toda segurança e clareza de quem é perseguido e vítima do preconceito: ISTO É HOMOFOBIA! Elevar a homossexualidade ao campo das patologias é atitude preconceituosa, clara ação homofóbica desferida pelo GGR contra os homossexuais de Porto Velho.

É doloroso constatar que este ato segregador, isolando, rotulando de aidético e excluindo homossexuais do convívio social, que atenta contra a dignidade e a honra da população LGBT, tem o apoio e patrocínio do poder público.

Houve uma época em que a sociedade, principalmente as igrejas e o setor público, se retorciam, se indignavam e se recusavam tocar no assunto sexualidade. Porém, diante de uma verdadeira epidemia de doenças sexualmente transmissíveis, especialmente a AIDS (ainda sem cura), que assolou todos os países do mundo ainda na década de 80, inclusive nosso país, o Estado brasileiro (e outros setores da sociedade) foi obrigado a receber representantes de organizações civis, estabelecer parcerias com ONG’s atuantes na causa da cidadania dos homossexuais e no campo das DST/AIDS e, portanto, com conhecimento suficiente na área e com capacitados de discutir o problema, levantar indicadores e diretrizes para amenizar o avanço das DST/AIDS.

Deste diálogo com a sociedade, o Brasil instituiu o maior e melhor programa de saúde do mundo de combate e controle das DST/AIDS e amparo aos soros positivos.

A sociedade brasileira e o mundo avançaram no enfretamento e no tratamento deste tema tabu. Desconstruiu preconceitos e mitos, e, dentre tantos, a idéia equivocada de que a AIDS é doença exclusiva de homossexuais e que não existe um grupo de risco, mas sim, comportamento de risco. Esta conclusão científica, de domínio público, a julgar pela programação, parece ser ainda desconhecida pelos organizadores da 8ª Parada do Orgulho Gay de Porto Velho.

Impossível, senhoras e senhores, não me indignar diante de tamanho retrocesso. Sou homossexual assumido. Não sou vinculado a nenhum movimento, porém, diante de tanta asneira, me sinto no direito de vir a público declarar minha revolta e indignação diante desta programação absurdamente homofóbica. Protesto, veementemente!

Outro equívoco dos organizadores da Parada deste ano é afirmar que homofobia é crime! Pela legislação brasileira atual ainda não é. O movimento luta, sim, pela criminalização da atitude homofóbica. Uma luta atravancada, infelizmente, por conta de visões e atitudes confusas e cegas, conforme consta na programação da Parada do Orgulho Gay organizada pelo GGR. Líderes despreparados, transloucados, sem conhecimento profundo e sem a menor noção da envergadura dos tentáculos do preconceito se colocam na frente do movimento e, vaidosamente, teimam em liderar grandes acontecimentos vinculados à cultura homossexual, focando na direção errada.

Já não bastam as posições excludentes de fundamentalistas religiosos taxando os homossexuais como coisas demoníacas e atrozes. Agora somos obrigados a assistir e engolir um grupo de homossexuais - que deveria defender e promover a cidadania LGBT - realizar um seminário contendo uma programação com clara atitude de retrocesso, recolocando as relações homoafetivas na condição patológica de enfermidade. Uma concepção, no mínimo equivocada, enveredando o movimento na contramão das manifestações sociais de todas as classes e setores da sociedade, que vão às ruas por conquista de dignidade e respeito.

Analisando a história recente do movimento gay em Rondônia, constatamos várias ações assertivas, onde foram promovidas importantes e necessárias discussões entre a sociedade e o Estado, visando institucionalizar políticas reparadoras para o segmento. Cito, a exemplo, o Seminário Estadual que discutiu políticas públicas para segurança e o combate à homofobia; a Conferência Estadual LGBT e o Seminário Nacional de Lésbicas, este realizado em Porto Velho com financiamento da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres.

Ao observar a fútil e equivocada programação da Semana da Diversidade, predominante mente festiva, infértil no campo das discussões profundas, conclui-se que a população LGBT ainda está no início de uma longa e grande caminhada por direito e respeito. Caminhos e descaminhos, algumas vezes transloucos e ziguezagueado, talhados por lideranças porras-loucas, vaidosos e míopes, aclamadas como nomes (absurdamente equivocados) expoentes do movimento.

Os organizadores da Parada e da Semana da Diversidade (pseudos líderes, desbotados promoter de shows transformistas, DJ’s de boate de quinta categoria e ouros profissionais irrelevantes), são, na verdade, ratazanas oportunistas (heterossexual ou homossexual), viciadas em corredores e gabinetes de repartições públicas. Catitas que rifam a causa LGBT por panfletos, cartazes, crachás, copos descartáveis, trios elétricos, meia dúzia de camisetas (onde consta grafado, em letras garrafais: Coordenação da Parada), com um único propósito: realizar a Parada carnavalesca, sem idéias claras, nenhum discurso próprio, sem pautas reivindicatórias e posicionamento ideológico claro, apenas para a autopromoção de seus líderes medíocres.

Após oito anos de sucesso de público, é momento do grupo responsável pela realização e organização da Parada adotar uma postura de conferência e discussão dos avanços e retrocessos no plano das conquistas sociais alcançadas ou não por gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis. A reflexão sobre as atitudes empreendidas pelo segmento e a reorganização estratégica e política do movimento deverão ser uma prática constante, com o propósito de se promover um enfrentamento vitorioso para conquista dos direitos mínimos do cidadão homossexual, e assim, erradicar-se definitivamente das relações sociais, o preconceito e a homofobia.

(*) Aluno do Curso de História da Universidade Federal de Rondônia e músico. Endereço eletrônico: victorgabriel1963@gmail.com

(Artigo publicado no rondoniaovivo.com.br em 27/08/2010)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

PASTOR DETIDO POR RACISMO DIZ QUE FOI DISCRIMINADO

O pastor evangélico Petrônio Alves Silva, que é negro e foi acusado de racismo por uma atendente da TAM Linhas Aéreas, na manhã de hoje (29), no Aeroporto Júlio Cezar, em Belém, afirma que teria sido vítima de discriminação por parte da funcionária. O crime de racismo ou discriminação é inafiançavel e pode render uma pena de até 5 anos de cadeia.

Blenda Ribeiro prestou depoimento à delegada Ana Guedes, que conduziu o caso na delegacia do aeroporto. Em seu depoimento, ela relatou que realizava o checking de Petrônio Silva para o voo das 6h que faz a rota Belém-Brasília. Logo no início do atendimento, o pastor teria ficado visivelmente aborrecido, pois o documento que apresentou não era válido como identificação e deveria apresentar outro.

Quando a funcionária pesou a mala de Silva e constatou que o peso máximo permitido fora excedido e comunicou ao pastor que ele deveria pagar pelo excesso, Petrônio Silva se aborreceu mais ainda e teria chamado-a de “neguinha folgada”.

Blenda se sentiu constrangida e comunicou o fato à Polícia Federal, que deu voz de prisão ao pastor. Ele chegou a pedir desculpas à moça, mas ela não aceitou e decidiu realizar todo o procedimento previsto em lei.

ARREPENDIDO



À reportagem do DIÁRIO, Petrônio afirmou que estava arrependido de seu comportamento. Segundo ele, também teria havido discriminação por parte da moça, que estava atendendo-o de 'mal gosto'. “Ela sequer me deu bom dia”, reclamou. Ele nega, no entanto, que tenha ofendido Blenda, e afirma que testemunhas podem provar isso.

Um funcionário da companhia testemunhou a favor de Blenda. Dois passageiros que faziam checking para o mesmo voo do pastor também confirmaram a versão da atendente, mas deixaram apenas seus contatos e não puderam testemunhar porque embarcaram no avião.

Petrônio Alves Silva foi autuado por crime de racismo e pode pegar de um a dois anos de prisão. Ele foi encaminhado ao Centro de Perícia Científicas "Renato Chaves" para fazer a exane de corpo de delito e depois seguirá para um presídio com cela especial, pois possui nível superior completo.

A LEI

A Constituição de 1988, em seu art. 5º (inc. XLII), passou a considerar a prática do racismo como crime inafiançável e imprescritível. Com alterações feitas em 1989 e 1995, a lei atual pune com penas de dois a até cinco anos de reclusão, além das multas, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, de cor, etnia, religião ou procedência nacional.



fonte: Diário do Pará - (Nayara Ferraz, Diário Online) Domingo, 29/08/2010, 12h35

ASSINO EMBAIXO

Hoje, ao acessar a Coluna Cultural Lenha na Fogueira, editada diariamente no Caderno de Cultura do jornal Diário da Amazônia, assinada por Zékatraca (nosso grande amigo Sílvio Santos), achei por bem publicar neste blog, visto que, o tema abordado hoje, parece ser um desabafo de todos que fazem cultura neste Estado. Veja o texto a seguir:


LENHA NA FOGUEIRA
Sílvio Santos, o levantador de toadas

Não sou muito de me meter em política, porém, ao assistir os programas dos partidos, vinculados nos meios de comunicação, ainda não tive a oportunidade de ouvir, ver ou ler os candidatos a governador, pelo menos, se referirem lá pelas entre linhas, sobre suas plataformas para o seguimento da cultura e arte.

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Isso nos preocupa, porque o setor cultural é o mais carentes de ação em nosso estado.

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É preciso que a cultura seja incluída como programa de governo e não como programa do governador de plantão.

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Essa falta de responsabilidade ficou clara este ano, quando da realização do Arraial Flor do Maracujá.

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Um evento que completou 29 anos sendo realizado, não consta do orçamento do governo, ou seja, não é tratado como programa de governo.
Capela do antigo Hopital São José

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Cada governador que assume ou que está no palácio, é quem diz quanto vai investir no Arraial e o resultado, foi que, em conseqüência dessa falta de compromisso para com nossa cultura, os grupos folclóricos sofreram e estão sofrendo para sanar seus compromisso financeiros, que foram assumidos para promover o nome do governo estadual.

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Aliás, apesar de se divulgar que o orçamento da Secel para 2010 ultrapassa R$ 10 Milhões, há de se convir que esse montante é dividido entre a Cultura o Esporte e o Lazer.

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O que quer dizer, que se a partilha fosse em partes iguais não chegaria a R$ 3,5 Milhões para cada um.

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E assim nossa cultura vai ficando à míngua.

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O estado não tem nenhuma ação cultural de grande vulto, há não ser o Flor do Maracujá que é muito pouco para uma unidade que conta com 52 municípios.

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O que vemos são os candidatos dizendo que vão investir em Segurança, Educação e Saúde.

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Cultura e esporte ninguém fala.

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O grupo que está atualmente no governo, acha que investir em segurança é construir presídio.

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E então se deixa levar pela conversa do governo federal e transforma Rondônia em abrigo dos mais perigosos marginais brasileiros, ao concordar com a construção dos presídios de segurança máxima.

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E ainda vai pra televisão se gabar do “grande” feito: “Conseguimos junto ao governo federal a construção de mais um presídio de segurança máxima”.

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Segurança é investir em cultura, dando condições aos jovens a produzirem peças teatrais, música, artesanato, dança.

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Segurança é investir no ensino técnico onde o jovem vai aprender uma profissão digna.

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Segurança é investir na valorização do professor e todos os técnicos em educação.

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Segurança é investir na saúde preventiva.

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Segurança é valorizar o ser humano dando-lhes condições de uma vida melhor.

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Segurança é investir na geração de emprego e renda.

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Segurança é respeitar nosso patrimônio material e imaterial.

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Segurança é investir maciçamente na cultura.

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Semana passada, passei visitando os distritos existentes no baixo Madeira.

Primeira sede da Câmara de Vereadores
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São Carlos, Nazaré e Calama.

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Constatei que nessas localidades não existe nenhuma ação cultural sendo desenvolvida pelo governo estadual ou governo municipal.

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A juventude residente nessas localidades está entregue a própria sorte.

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Sorte que vimos em Nazaré à única localidade onde a Cultura é prioridade.

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Prioridade dos seus habitantes porque o apoio recebido dos governos é mínimo.

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Os Meninos de Nazaré estão produzindo seus bio-instrumentos, embaixo de um barraco cuja medida no máximo chega a 4 X 3 é um barraquinho de nada!

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Aí o conforto vem através dos convites para eles se apresentarem em Porto Velho, em Brasília e outras cidades.

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Além de Nazaré o que estão fazendo em prol do desenvolvimento cultural de São Carlos, Calama, Cuniã, Terra Caída, Boa Hora, Cujubim Grande, Aliança e todas as localidade do baixo Madeira?

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Ao longo da BR 364 o negócio melhora um pouco, graças à ação de alguns prefeitos como é o caso de Ariquemes, Ji Paraná onde realmente existem ações culturais, tímidas, mas, existem.

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É por isso que venho questionando nessa coluna, sobre os projetos culturais dos candidatos ao governo de Rondônia.

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Cultura tem que ser Projeto de Governo e não de governador







PT DE GUAJARÁ-MIRIM PARTICIPA DE ENCONTRO POLÍTICO COM EVO MORALES

Profa. Lília Ferreira, Presidente PT/GM O Presidente da Direção Regional do Movimiento al Socialismo - Instrumento Político por la Soberanía...