terça-feira, 22 de março de 2011

MEMÓRIAS DO CIDADÃO JOSÉ OTINO DE FREITAS

Por: Carlinhos Maracanã.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira do GRE Rádio Farol - 2011


Sertão do Nordeste, região sofrida do Brasil, Estado do Piauí, nasce em Oeiras, ex Capital do Estado o cidadão José Otino de Freitas.

Cidade tranqüila e religiosa, o Piauí viveu durante muitos anos sob o domínio da Bahia, ora sob o domínio do Maranhão, tornando-se Capitania independente em 1811.

Proclamada a independência do império, em 1852 Oeiras deixa de ser a capital passando a ser Teresina, que antes se chamava Chapada do Corisco.

Oeiras terra do Fumo, do Pequi, do Buriti, da mandioca era uma cidade tranqüila e bastante religiosa, colonizada pelos portugueses.

Aos cinco anos de idade já diferenciava as vogais das consoantes, o aprendizado se dava através de canções, aprendia cantando.

A aritmética sempre foi seu ponto fraco, jamais imaginou que se tornaria Arquiteto e Engenheiro, dominando cálculos aritméticos.

Ainda jovem uma das brincadeiras preferidas era passear no carro puxado pela junta de carneiros, além é claro de todas que crianças costumam brincar.

Festas de fim de ano, como em todo Nordeste é alegria geral, o Cortejo de Sambistas, o Reisado, nos primeiros dias do ano propagava-se por todos os cantos da cidadã.

Desfile da Rádio Farol - carnaval 2011
Aos dezessete anos entra para o Colégio Liceu Piauiense, colégio respeitado e conceituado, mas dois anos depois o Brasil e envolvido na Primeira Guerra Mundial, José Otino, abandona os estudos e se alista no Exército Brasileiro, forjando os documentos por causa pouca idade, segue transferido para a capital Federal o Rio de Janeiro, sobrevive a primeira grande guerra, participou do Movimento Constitucionalista em São Paulo, e nas operações de represão ao Comunismo.

Se forma como Engenheiro ou Arquiteto Engenheiro como era a designação, na Escola Nacional de Belas Artes da Universidade do Brasil iniciando em 1933 e terminada em 1940.

Por ter lutado contra a ditadura Getulista, vai para a reserva com primeiro tenente, depois de vinte e seis anos de serviço prestados.

Em 1933 casa com a senhorita Esmeralda Godofredo de Freitas, nascem Selma e Pedro Otino, em 1942 encontra-se com o Governador do Acre, Oscar Passos, recebe o convite para integrar o Governo.

Em 1942 embarca no navio Raul Soares das Lóide Brasileiro com destino a Amazônia, gastou nove dias entre o Rio de Janeiro e o porto de Belém, no Estado do Pará. A viagem entre Belém e o Porto de Manaus, foi tranqüila, aguarda durante alguns dias chegada do Gaiola Di Penedo, fretado pelo Governo do Acre.

No navio embarcam também Soldados da Borracha.

Chega à Boca do Acre em 13 maio de 1942, onde acontecem os Festejos do Divino Espírito Santo, chega ao Acre em 17 de maio, nomeado Engenheiro Arquiteto do Departamento de Obras e Viação do Estado.

Em 29 de agosto do mesmo ano morre dona Esmeralda, católica devota, mas freqüentadora da Ciência Espírita, ela conhece uma senhora espírita no acre esposa de um engenheiro amigo.

Depois de um mês da morte da esposa José Otino recebe o convite para participar de uma Sessão de Comunicação Espiritual, foi a primeira experiência com o sobrenatural, onde teve contato com o espírito incorporado como Bezerra de Menezes, um dos maiores Mestre Espírita do Brasil, José Otino, recebe os conselhos e conselhos atendidos, uma experiência fantástica, tirei o luto meu e de meus filhos, toquei a vida.

Defile da Rádio Farol - Carnaval de 2011
Concluídas várias obras no decorrer de 1943 e 1944, tais como o Palácio do governo, o Ginásio Getúlio Vargas, Hospital Psiquiátrico, Grupos escolares entre outros.

Criador da ATA, Associação dos Trabalhadores do Acre, durante o tempo de serviços prestados fez várias viagens ao Rio de Janeiro, numa dessas indas e vindas encontra-se com antigo amigo Joaquim Vicente Rondon, então Governador do Território Federal do Guaporé, recebe o convite para vir para o Território, fazer o mesmo trabalho que fazia no acre.

Devido a algumas interferências políticas José Otino estava um pouco descontente com sua função no Acre, Rondon, então, aproveita e reforça o convite, já casado com dona Vivi (Olívia de Araújo Freitas), com os filhos, Pedro Otino, Ana Maria, Carlos José e Celso José, desembarca de vez em Porto Velho, capital do Território Federal do Guaporé, dia 17 de julho de 1947, o Cidadão José Otino de Freitas.

Surgida com a construção da Ferrovia, o seja Madeira Mamoré, Porto Velho carecia de construções de Alvenaria, o Governo de Joaquim Rondon desenvolvia um projeto de construções de casa de funcionários Públicos, essa casas ainda estavam sem cobertura e sem revestimento.

Assumindo a Divisão de Obras Otino trabalha para a entrega nos prazos, além das casas dos funcionários no bairro Caiari, (reduto dos cutubas) encontrava-se o edifício destinado à residência do Governador, na Rua Dom Pedro II, esquina com Euclides da Cunha.

Com uma população de 15 a 20 mil habitantes, a cidade era limitada da Avenida Pinheiro Machado, Almirante Barroso, Joaquim Nabuco e o Porto Fluvial.

Existiam em Porto Velho os prédios: do Hospital São José, Maria Auxiliadora, Colégio Dom Bosco, Barão de Solimões a Escola Duque de Caxias. (em construção), obras que passaram pelas mãos de José Otino de Freitas, assim como o da UNIR, e o Palácio do Governo, como no Acre.

José Otino do Jipe, do Aero Wyllys e do Studybaker, dos Cutubas e Peles Curtas (Aluisistas e Rondonistas).

José Otino de Freitas de filhos: Aviadores, Arquitetos, Militares, Advogados, Médicos, Empresários, de muitos Netos e Bisnetos, do avião da Panair, da Duque de Caxias, canto e recanto da família, da ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ OTINO DE FREIRAS, instituição de ensino que leva o seu nome, no Bairro Marechal Rondon.


Aos primeiros sinais de início de inverno,
Quando as chuvas começam, as feições do sertão mudam.
As árvores se revestem, enchem-se de brotos e medram as babujas com que os animais, o gado e os eqüinos, animan-se percorrendo os campos revestidos de verde.
Então começa uma nova vida.
E com ela a alegria, que mata a tristeza do passado cheio de agruras,
Mas que foram alimentadas com a esperança da saudade dos dias felizes que voltariam.

Uma viagem pelas histórias desse brasileiro nato, que saiu do interior do nordeste, especificamente do Piauí, sertão do nordeste, região sofrida do Brasil, onde o ser humano vive de teimoso, já dizia o ilustre escritor Euclides da Cunha.

José Otino com uma história de luta, resistência, perseverança, espiritualidade e brasilidade, terá sua história contada através da veia do samba.

Homem simples, soldado do exército brasileiro, oficial, combatente e sobrevivente da guerra, servidor público na antiga capital do país, aluno da escola de Arquitetura e Engenharia, diretor de Obras do Governo do Acre, e de Rondônia.

Pai, Avô, Amigo, de Oeiras, da vila do Moucha, da margem direita do rio Canindé, da cana de açúcar, da mandioca, do fumo do Pequi, da Carnaúba, do Piauí.

O flagelo da seca se repete no Nordeste a cada três, quatro ou cinco anos, causando a migração. O Nordestino é obrigado a procurar outras regiões do Brasil na busca de conseguir trabalho, com o coração cheio de esperança.

Cidade de Porto Velho 17 de julho de 1947, Hóspede do Hotel Brasil, José Otino de Freitas, começa a fazer História em Rondônia.


JOSÉ ERA SEU NOME
O MESMO DO PAI DE JESUS
MAS, PARA NÓS, SEUS FILHOS,
NÃO ERA SÓ UM HOMEN,
ERA UM EXEMPO DE LUZ
SUA BUSCA DE NOVOS RUMOS,
O TROUXE PARA O NORTE,
PRIMEIRO PARA O ACRE,
DEPOIS PARA O GUAPORÉ
O SENHOR GEROU MUITOS FRUTOS
TEVE SORTE,
ACHO QUE FOI MUITO FELIZ TAMBÉM
MEU PAI JOSÉ.


A RÁDIO FAROL HOMENAGEIA O CIDADÃO JOSÉ OTINO DE FEITAS, COM HONRAS E GLÓRIAS CARNAVALESCAS.

* 19 de junho de 1898.
Fonte de Pesquisa: Um Cidadão Chamado Otino. (livro de memórias escrito pelo próprio).
Acervo da Família. Cópia Cedida. /BOB.

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