terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

TIA MODESTA: MORRE A MAIS ILUSTRE FOLIÃ DE GUAJARÁ

Modesta Sobral da Costa, 2014
Faleceu no inicio da tarde desta segunda-feira de carnaval (15), em Porto Velho, a mais ilustre e animada foliã dos eventos carnavalescos da Pérola do Mamoré, a senhora Modesta Sobral da Costa, carinhosamente chamada de "Tia Modesta". Seu corpo foi sepultado hoje, terça-feira de carnaval, no cemitério Santa Cruz, por volta das 15 horas, em cerimônia simples, conforme determina os protocolos em tempo de pandemia.

Tia Modesta fazia aniversário justamente no mês de fevereiro e, invariavelmente, a animada foliã súdita da corte de Rei Momo fazia de seu aniversário uma grande pré-carnavalesca, abrindo assim, de maneira informal, o calendário de Momo na fronteira.

Aniversário da "Tia Modesta" em 2015

Evento concorridíssimo, os aniversários de dona Modesta mobilizavam os bastidores do carnaval em Guajará-Mirim, envolvendo decoradores, artistas plásticos e músicos, trazendo ainda convidados, amigos e foliões das mais variadas cidades de Rondônia, de diversos estados do Brasil e da Bolívia.

Tia Modesta se despediu do palco da vida, descendo a cortina que encerra sua passagem por este mundo, justamente na semana de fevereiro em que se abre a grande cortina da maior festa popular do mundo, o carnaval, que em Guajará-Mirim ganhava vida, cores sons e magia nas imemoráveis festas carnavalescas que celebravam o aniversário da mais ilustre foliã da cidade: Tia Modesta Sobral da Costa.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

BLOCO SEI MAIS NÃO DIGO: 5 ANOS EM DEFESA DA FOLIA E DA VIDA

Bloco Sei Mas Não Digo
Criado em 2017 por um grupo de amigos amantes da folia carnavalesca, o Bloco Sei Mas Não Digo brotou nas ruas da Pérola do Mamoré com o forte e inadiável compromisso de resgatar a autêntica estética da festa popular de rua, incentivando seus brincantes, foliões e admiradores apaixonados a usarem fantasias e adereços que definem, plasticamente, cordões carnavalescos autênticos e espontâneos que outrora imperavam nos bailes de clube e nos blocos de rua da Pérola do Mamoré, no período da quadra carnavalesca.

Profa. Lilian Ferreira, matriarca do bloco
O bloco Sei Mas Não Digo – também conhecido como o cordão de foliões da Casa de Farinha, templo da esquerda na fronteira – em cinco anos de existência tem realizado grandes, memoráveis e animados desfiles, arrastando um público que busca, impecavelmente, orna-se de típicas e originais fantasias que traduzam o compromisso do bloco: o regate estético do carnaval de Guajará-Mirim, incluindo ainda um cardápio musical de muitas marchinhas, axé e samba de enredo.

Este ano de 2021, ano que consagra as “bodas de madeira” de um feliz casamento entre bloco e brincantes, a diretoria do Sei Mas Não Digo reafirma seu compromisso com os valores culturais e identitários da cidade, mas, sobretudo com a preservação da saúde e da vida de seus cidadãos, compreendendo que este é um carnaval atípico, sem blocos e foliões nas ruas brincando, em razão da pandemia que tem tirado a vida de muitos, e, dentre tantos, amigos queridos e amados familiares.

Para segunda-feira de carnaval de 2022, fica antecipadamente o convite para todos e todas  festejarem o maior espetáculo de cultura popular do mundo, em Guajará-Mirim representado pelo Bloco Sei Mas Não Digo e por seus foliões.

Vacina sim!

domingo, 14 de fevereiro de 2021

MONA MOMO, O BLOCO DO DOMINGO E DA TERÇA-FEIRA DE CARNAVAL

Dheinnilly Trovoada, Porta-Estandarte 2018
Criando semanas antes da folia de Momo do ano de 2018, no contexto do projeto carnavalesco “Circuito Tamandaré”, o Bloco Mona Momo este ano não marcará presença nas ruas da Pérola do Mamoré, em razão da pandemia e do compromisso da diretoria do grêmio, em cumprir protocolos de prevenção à COVID 19, doença que já levou a vida de dezenas de guajará-mirenses, inclusive de admiradores, colaboradores e brincantes do carnaval perolense.

O Bloco Mona Momo, uma agradável e alegre invenção do Grupo Pérolas (entidade que reúne o segmento LGBT da cidade), com a colaboração da Direção do Tekila Bar (casal Adão e Márcia Rodrigues), e da diretoria e brincantes do Boi-Bumbá Flor do Campo, tem se firmado como relevante cordão carnavalesco da cidade, amado e seguido por seus apaixonados foliões em dia de apresentação, não só em razão da proposta carnavalesca do bloco, mas pelo seu compromisso com a cidade, com seus cidadãos e com a vida de todos, em especial com os mais vulneráveis.

Brincantes do bloco, carnaval 2018
Em suas apresentações, o Mona Momo arrasta foliões de todas as idades, credos, raças e nacionalidades, tomando conta da agenda carnavalesca de Guajará-Mirim nos domingos e nas terças-feiras de folia, em empolgantes desfiles pelas ruas da cidade.

Neste domingo, 14, assim como na próxima terça-feira, 16, o bloco não sairá pelas avenidas de Guajará-Mirim, em função da pandemia. Contudo, manterá a chama da alegria do carnaval acesa no coração de todos os brincantes, colaboradores e fãs, na certeza e compromisso que em 2022 estaremos juntos e vacinados, reunidos em grande festa e desfile carnavalesco, celebrando a cultura popular, a saúde de todos e a vida de cada um de nós.

Vacina e folia sim.

Viva a cultura popular e a vida!

Até o carnaval de 2022.

sábado, 13 de fevereiro de 2021

BLOCO DAS PIRANHAS, 35 ANOS DE CARNAVAL E ALEGRIA

Carnaval 2013: Eder Cury, presidente do bloco;
Michel Chama, rainha do bloco em 2013
O Carnaval deste ano terá formato um tanto quanto diferente. A alegria momesca não estará nas ruas, nos salões de bailes e nem em passarelas de samba. Acontecerá em cada lar, em cada varanda, sala ou calçada da casa de apaixonados foliões, reunindo a família, recordando e revisitando imagens de grandes carnavais, ao ritmo de marchinhas, samba de enredo, axé e frevo. 2021 é ano de reinvenção do carnaval, afinal, se tem uma coisa que nós aprendemos ao longo desses últimos meses é que somos capazes de nos reinventarmos e de nos adaptarmos a toda e qualquer realidade.

Na Pérola do Mamoré, vale resgatar a história e a alegria contagiante da agremiação carnavalesca mais antiga da cidade, ainda em atividade, que ao longo de três décadas e meias arrastou dezenas, centenas e milhares de foliões brasileiros e bolivianos. Em 2021, o Bloco das Piranhas completa 35 anos de pura alegria e festa na fronteira deste majestoso rincão, se consagrando como o segundo bloco carnavalesco mais antigo do Estado de Rondônia, atrás apenas da Banda do Vai Quem Quer, cordão carnavalesco da capital rondoniense.

Para relembramos o grande Bloco das Piranhas, um patrimônio cultural imaterial da cidade, com perfil estético de folguedo popular, republico a seguir, um artigo já veiculado neste blog, em 13 de fevereiro de 2013, sob o título “PIRANHAS INVADEM AS RUAS DE GUAJARÁ:”

(do lado esquerdo) Té Pimenta,
vice-presidente do bloco
“O Bloco das Piranhas foi criado no ano de 1986, por um grupo de amigos que tinham por hábito curar a ressaca do carnaval no Restaurante da Marli Falcão, localizado na Rua D. Pedro II, Centro, já descambando lá pras bandas do Rio Mamoré, saboreando uma deliciosa moqueca de peixe. O restaurante não existe mais e sua proprietária, D. Marli, hoje mora no Município de Rio das Ostras. O que sobreviveu ao tempo foi o Bloco das Piranhas criado em seu restaurante.

Dentre os seus principais fundadores, figuram personagens populares da boemia de tempos atrás da Pérola do Mamoré, destacando-se, dentre eles, Eder Cury (Presidente do Bloco), Carlinhos Gordo, Bodó (primeira Rainha do Bloco), Cearazinho, Tanaca, Mário, Michel Chama (hoje Rainha do bloco) e Angel, primeira criança a desfilar no Bloco das Piranhas.

Foliões do bloco (foto cedida por Té Pimenta)
O nome da agremiação carnavalesca - Bloco das Piranhas - foi uma forma de render justa homenagem a um dos mais antigos blocos do município, que há muito tempo deixou de se apresentar no carnaval da cidade, denominado de “As Virgens do BN (Boca Negra), boêmica região da cidade em anos passados, local também apelidado de Bairro dos Namorados (BN).

Foliões do bloco (foto cedida por Té Pimenta)
Sem sombras de dúvidas, hoje o irreverente Bloco das Piranhas é símbolo máximo da folgança carnavalesca da Pérola do Mamoré e traduz a mais pura ideia de inclusão sociocultural, uma vez que para participar do bloco, basta travestir-se de mulher, com roupas da mãe, da irmã, das primas, da namorada, da amante ou de alguma amiga.

O bloco reúne em seu cordão momesco, marmanjos de todas as idades, de todos os credos, da direita e da esquerda política, do centro e da periferia, ricos e pobres, negros, brancos, índios, brasileiros e bolivianos. É o mais legítimo e democrático patrimônio cultural imaterial dos foliões de Guajará-Mirim.

Foliões do bloco (foto cedida por Té Pimenta)
Perpetuar este bem cultural depende apenas da alegria de todas. Da empolgação e participação de centenas e centenas de guajará-mirenses que no domingo e na terça-feira de carnaval, sorrateiramente invadem o guarda-roupa das mulheres e, vestidos mal-arrumados e abrutalhadamente femininos, seguem este popular cortejo do Rei Momo do Rio Mamoré, pulando tresloucadamente”.

PT DE GUAJARÁ-MIRIM PARTICIPA DE ENCONTRO POLÍTICO COM EVO MORALES

Profa. Lília Ferreira, Presidente PT/GM O Presidente da Direção Regional do Movimiento al Socialismo - Instrumento Político por la Soberanía...