DANÇANDO LONGE DO PERIGO


Inúmeros são os agrupamentos de danças compostos por meninos e meninas moradores dos bairros populares localizados na zona leste de Porto Velho, área urbana considerada de grande vulnerabilidade social, região na qual, as manifestações artísticas – em que pese o distanciamento do núcleo central da cidade – são muitas e frondosas, porém necessitadas de incentivos. Estes pequenos coletivos de danças vêm se proliferando pela periferia de Porto Velho, longe do olhar das instituições públicas responsáveis pela condução da política cultural, tanto no âmbito municipal quanto estadual.


Organizados espontaneamente, contando apenas com o apoio e a solidariedade de familiares, amigos e colaboradores, um número considerável de adolescentes adéptos dos ritmos musicais e passos de danças populares, ensaiam diariamente nos terreiros das residências, pátios de escolas, espaços de associações e igrejas, criando espetáculos que circulam naquela região da cidade, se apresentando em programações culturais de diversos eventos e instituições da periferia da cidade.



Quem compareceu à Feira do Porto, projeto realizado todos os finais de semana na Praça Aluízio Ferreira, pôde conferir no último domingo, dia 09, a qualidade e a criatividade desses jovens abnegados, relutantes em seguir por outros caminhos que não sejam aqueles que lhes possibilitem um futuro seguro e tranqüilo, longe dos sombrios destinos que costumeiramente assistimos em vários programas policiais exibidos nas televisões da capital, onde abunda a violência e impera a criminalidade entre jovens que não experimentaram outras oportunidades.



Dados sobre violência e criminalidade colocam Rondônia em destacado páreo, ocupando posição como um dos estados mais violentos do Brasil, graças à inércia e a incapacidade de intervenção do Estado na elaboração e na orientação de políticas. Os indicadores são elevados em todas as modalidades de crimes aqui praticados, perfazendo um conjunto de violência que atinge principalmente o tecido social mais vulnerável.



Um estudo realizado pelo Datafolha e divulgado pelo Ministério da Justiça coloca a cidade de Porto Velho na segunda posição entre as capitais brasileiras em índice de grande exposição de violência entre jovens, perdendo apenas para Maceió.



Ainda nos parece distante e incompreensível a concepção de segurança pública numa perspectiva de eficácia ilimitada, respeito irrestrito à cidadania e aos direitos humanos, observando a diversidade de gêneros, orientação sexual, religiosa, cultural, étnico-racial e geracional, com foco especial e atencioso à juventude. Uma nova compreensão e atitude de Segurança Pública, onde a ação do Estado faça interface com outras áreas do conhecimento humano como, por exemplo, a cultura erudita e popular e as linguagens artísticas.



O caminho que sinaliza na direção da contenção da criminalidade, com políticas efetivas para segurança pública, assentadas na cultura da paz e do respeito à diversidade, garantindo ampla cidadania, parece ser um caminho já encontrado pela juventude moradora das periferias da cidade. A autoridade que tiver o interesse em compreender estes sinais, compareça à Feira do Porto e aos locais de eventos culturais onde estes jovens se apresentam.

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