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Nesta perspectiva, o mito, por si só, não existe, pois tudo se constitui a partir da linguagem. Logo, o mito é um discurso apreendido, que perpassa pela história, ou seja, tem fundamento histórico.
Já numa visão sociológica, a principal função do mito é revelar os modelos exemplares de todos os ritos e atividades humanas significativas: educação, trabalho, arte, sabedoria dentre outras características. É sempre, portanto, uma narrativa que se reporta à criação do mundo e dos homens e à origem da morte etc.
Neste sentido, o mito diferencia-se da lenda pelo fato de que sua história fornece o fundamento de toda a vida social e tem caráter religioso. Mesmo que certos contos e lendas sejam considerados formas secundárias do mito, sua transmissão acaba sendo folclórica, espontânea, e não iniciativa e religiosa.
Se a lenda pode ser contada por qualquer um e a qualquer momento, o mito, na maioria dos casos, toma o caráter de revelação sagrada, de verdadeira iniciação. Além disso, refere-se sempre a algo que aconteceu, seja no tempo primordial ou não.
O mito de Narciso, por exemplo, é uma história do tempo dos deuses, mas muito comum nos dias de hoje. Basta olharmos para os homens que acompanham as tendências e comportamentos estéticos de vanguarda, sempre preocupados com suas aparências: corpo, roupas e acessórios. Em outras palavras, num termo mais usual no meio da moda, os denominados metrossexuais. São pessoas que, devido ao excesso, apaixonam-se pela própria imagem.
Mas qual a relação deste mito e das teorias descritas acima? Ou ainda, quais as representações do mito?
Ora, conforme o exposto, o mito pode ser visto sob várias perspectivas, pois trás uma carga semântica extensa e complexa. Podemos dizer que é verdadeiro porque se refere sempre a uma criação, isto é, “explicações” acerca da origem da vida, dos acontecimentos ocorridos no princípio do tempo, em que se destacam valores como o da cultura, do sobrenatural e da religião. Esses valores constituem as múltiplas representações da sociedade e que estão presentes em nossas ações.
Quanto ao mito de Narciso, será que existe alguém que não se identifique com o egocentrismo? Ou com a vaidade, com ou sem exageros?
(*) Especialista