terça-feira, 19 de maio de 2020

LIXO, PORCOS E URNAS


Av. 12 de Outubro com Manoel Mortinho, Cristo Rei, Guajará-Mirim
Novamente retomo o tema do lixo despejado nas ruas da cidade de Guajará-Mirim, assunto desagradável já tratado por este blogueiro em postagens anteriores.

É triste e revoltante o visual de grande parte das ruas da quase centenária Pérola do Mamoré. Tanto as vias do centro histórico quanto dos bairros da urbe mamorense, sofrem com o acumulo inadequado de lixo a céu aberto, descartados nas avenidas da cidade, irresponsavelmente.

É incompreensível o ato (diria que cultural), de comerciantes e munícipes (quase que unanimemente), emporcalharem a cidade.

Av. Boucinha de Meneses, Cristo Rei, Guajará-Mirim
Há menos de duas semanas, por exemplo, máquinas e funcionários da prefeitura limparam as vias do bairro Cristo Rei, recolhendo lixo, entulho e desobstruído ruas coberta pela vegetação. Trabalho que, aliás, está sendo realizado em outros setores da cidade. As máquinas ainda trabalhavam no bairro Cristo Rei (pasmem!), quando alguns moradores já despejavam sujeiras domésticas nas vias recém-limpas. Eu presenciei a cena (que continua acontecendo diariamente em outros pontos do bairro). Na confluência das avenidas 12 de Outubro com Manoel Murtinho, já há um grande acúmulo de lixo.

Cabe à prefeitura toda culpa do mundo no que se refere à péssima qualidade do serviço de coleta de lixo. Porém, sejamos justos: “dai a César o que é de César”.

Pagar impostos, taxas e contribuições de melhorias municipais são obrigações dos munícipes. São os tributos recolhidos que oxigenam os cofres púbicos. Guajará-Mirim é recordista em inadimplência de IPTU.

Com parcos recursos em caixa, a prefeitura funciona precariamente. Por conta da debilidade financeira, os serviços públicos do ente municipal são duvidosos, isto em razão dos baixos investimentos. Porém, mesmo que o serviço de coleta de lixo do município não funcione adequadamente, ainda assim a população deve usá-lo para se desfazer do lixo doméstico, por exemplo. Não é correto despejar lixo no passeio público.

Av. Manoel Mortinho, Cristo Rei, Guajará-Mirim
Estamos em ano eleitoral e o atual prefeito tem apanhado como cachorro de circo mambembe em dia de bilheteria baixa. É a verdadeira “farra do boi”. Todos batem no atual chefe do executivo (merecidamente, inclusive). Outros, oportunamente, descem a borracha no lombo do prefeito, pavimentando extemporaneamente suas campanhas eleitorais. Outros e outras, lá da capital, via redes sociais, descem o relho no derrière do chefe do executivo, sem dó nem piedade, para agradar o eleitorado insatisfeito com o prefeito (sentimento legítimo), de olho na cadeira do alcalde e no voto do “cidadão” (aquele mesmo que joga seu lixo na rua, fazendo da cidade uma pocilga).

De onde observo, arrisco dizer que estamos em  um círculo vicioso que só prejudica a cidade e seus cidadãos.

Este ano, com ou sem pandemia, de luto ou não, tudo indica que iremos às urnas para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores e, assim, darmos continuidade ao nosso arremedo de democracia e alternância no poder. Será quando todo guajará-mirense habilitado a votar - tanto o que joga seu lixo doméstico nas vias públicas quanto o que não joga - escolherá o novo prefeito (ou confirmará o atual em reeleição).

As cartas estão sobre as mesas do Cassino Guajará. Façam suas apostas. O mais sortudo levará tudo: a prefeitura de porteira fechada. Porém, se a gestão vindoura permanecer no mesmo compasso e vício, levará também, daqui a quatro anos, todas as críticas do cidadão consciente, além das chibatadas de uma gente cínica, porca e caloteira - no que se refere ao pagamento do IPTU (salva poucas exceções).

A conferir.

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