Há
muito a população brasileira clama por uma justiça mais rápida e eficiente,
pois, desconfia que a mesma não é só cega. A justiça é cega, surda, muda e
‘zureta’ das idéias. Sem acreditar nas instituições públicas, o cidadão sedento
por uma sociedade mais justa, se arvora em fazer a sua própria justiça, o que é
um grande risco ao estado democrático de direito, para não dizer crime.
Foi
o que quase aconteceu nas primeiras horas da tarde desta quarta-feira, 1º de
janeiro de 2014, em Guajará-Mirim, quando centenas de populares se dirigiram
para Delegacia de Polícia, ao tomarem conhecimento da prisão de Tanus dos
Santos, de 23 anos, assassino cruel de Luciene Almeida Rodrigues, de 28 anos
(sua namorada), mãe de Renato, uma criança de 5 anos, e do adolescente
Elissandro, de 16 anos, todos mortos com tiros disparados em suas cabeças
No calor do momento,
sabendo que a prisão não garante bandido encarcerado, a população da Pérola do
Mamoré apedrejou o prédio e tentou invadir a Delegacia de Polícia e virar
viatura estacionada em frente, alem de saquearem o supermercado da família do
assassino. Só recuaram quando policiais militares, civis e da força nacional
impediram atirando com balas de borracha e esguichando gás de pimenta contra os
populares revoltosos
Sabemos
que linchamento é vedado por lei, além de crime e que vivemos hoje em um estado
democrático de direito; que o cidadão não tem o poder de se autotutelar. Porém,
o que ocorre é uma total descrença nos poderes instituídos e, por este motivo,
nossa gente ordeira, o cidadão de bem, chocado com a barbárie praticada por
Tanus, tentou linchá-lo diante dos olhos de todos e da própria polícia.
Todos
têm a liberdade de fazer o que bem entender, contudo, se não estamos
respaldados pelas normas vigentes e ancorados na ética, já nos autocondenamos.
Ao se fazer justiça com as próprias mãos, a população, o cidadão e a cidadã de
bem passam a aderir à criminalidade como resposta à falta de segurança vivida
por todos nós que moramos na pacata Guajará.
Queremos
justiça, Exigimos mais segurança e paz. Queremos Tanus dos Santos fora do
convívio social e, se possível, para sempre cerrado entre grades. O que
aconteceu com Luciene e seus filhos também poderá acontecer com nossas
famílias. Justiça já!
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