quinta-feira, 21 de maio de 2020

BASTOU UM “AINDA BEM” PARA O NOVO MUNDO DESMORONAR

Lula, entrevista à Carta Capital, imagem colhida na internet
Bastou uma frase elaborada com pequeno deslize para milhões de brasileiros entenderem que não existirá mundo novo pós-moléstia, como muitos acreditam. 


É unânime a tese de que a pandemia – que varre mundo –, mesmo sendo uma grande praga, teria força suficiente para redesenhar as relações de produção, de trabalho, de raça, de geração, de gênero, de estética e diversidade, reerguendo-as em pilares mais justos, igualitários, fraternos, e respeitosos. Ledo engano. 

O Brasil sonhado pelo qual milhões de brasileiros índios, negros, mulheres, LGBT’s, portadores de deficiências, trabalhadores, crianças, jovens e idosos já tombaram em batalha, é uma construção que carrega quinhentos e vinte anos de luta sangrenta e, sempre que algum “abusadinho” da senzala ousa por a cara na janela, leva porretada dos capitães do mato a serviço da casa grande. E o que é pior: é assim desde quando o mundo é mundo. 

A fala do ex-presidente Lula, equivocadamente construída, foi suficiente para que a direita fascista, a mídia oligárquica a serviço do capital predador, e a elite do atraso se alvoroçassem a lançar Lula nas fileiras da ultradireita do país, igualando seu deslize de construção gramatical, às falas insanas, misóginas, machistas, racistas, homofóbicas, xenofóbicas, preconceituosas e criminosas do capitão miliciano, quando todos sabiam o verdadeiro sentido da fala do metalúrgico. 

Aplicação do Castigo do Açoite, gravura, Jean Baptiste Debret.
A oportunista elite do atraso, soberbamente posicionada acima de Deus, da pátria, das riquezas do Brasil, de tudo, de todos e da terra plana, “pegando o beco” para garantir a continuidade do golpe e se safar de sua grande “cagada” eleitoral (Bolsonaro, sua clã e a milícia), saiu na dianteira do deslize do petista, alardeando Lula como alma gêmea do presidente capitão, tentando tatuar na testa do metalúrgico, a peste de que "todo político é igual".

Frase mantra de eleitores que abominam a esquerda e que já votaram e tornariam eleger, se necessário, os “Fernandos” Collor de Melo e Henrique Cardoso, apoiaram o golpista Michel Temer, elegeram Jair Bolsonaro e, em seus feudos continuam elegendo como prefeitos de capitais, deputados estaduais ou federais, senadores da república ou governadores, por inúmeras vezes, Aécio Neves, João Dória, Geraldo Alckmin, José Serra, os Antônio Carlos Magalhães, dentre tantos outros almas sebosas da direita, e que hoje decepcionados com os rumos da política e do país, conduzidos por seus heróis e mitos infláveis, defensores e condutores do neoliberalismo, tentam tresloucadamente e mais uma vez destruir o maior nome da esquerda progressista latino-americana, para assim, juntamente com seus heróis de terracota, continuarem no comando de suas capitanias hereditárias e como mandatários dos vastos território da colônia Brasil. 

Políticos não são os todos iguais. O campo politico divide-se em dois grandes blocos: direita (conservador e arcaico), e esquerda (progressista e de bem-estar). 

Por exemplo, não há a menor semelhança entre as posturas de Eduardo Suplicy, ex-senador e o senador Flávio Bolsonaro; Flávio Dino, governador do Maranhão e Marcos Rocha, governador de Rondônia; as deputadas federais Benedita da Silva e Joice Hasselmann. Parlamentares do campo progressista comparados aos políticos tradicionalistas da direta são, ideologicamente, como água e óleo: não se misturam em ideias, práticas e projetos políticos. 

Resumo da opera: a construção da fala equivocada de Luiz Inácio Lula da Silva NÃO o colocará na mesma estatura nanica de Bolsonaro – ou em mesmo nível político do Doutor Fernando Henrique Cardoso, ou de Michel Temer, só para ficar, comparativa e exemplarmente em dois nomes da direita atrasada e fascista do país. 

Lula esta vivo, lúcido e forte no tabuleiro político. A esquerda pulsa e assombra o projeto neoliberal, esclerosado, injusto e que representa o pensamento da elite brasileira, retardada e perversa. 

Não nos iludamos com "ouro de tolos": “quando tudo isto passar NÃO será erguido um mundo novo”. 

Com certeza venceremos a praga e tudo passará, assim como já passaram pela história da humanidade as 10 pragas do Egito, a peste negra, a gripe espanhola e tantos outros males, levando milhões e milhões de vidas. Depois da pandemia, continuaremos com a eterna luta que o capitalismo impõe entre trabalho e capital, pobres e ricos, brancos, negros e índios, latifundiários e sem terra, centro e periferia, homens e mulheres, heterossexuais e homossexuais.

O que aconteceu esta semana com Lula é senha para manutenção de uma batalha sem fim. 

“Ainda bem”.

terça-feira, 19 de maio de 2020

LIXO, PORCOS E URNAS


Av. 12 de Outubro com Manoel Mortinho, Cristo Rei, Guajará-Mirim
Novamente retomo o tema do lixo despejado nas ruas da cidade de Guajará-Mirim, assunto desagradável já tratado por este blogueiro em postagens anteriores.

É triste e revoltante o visual de grande parte das ruas da quase centenária Pérola do Mamoré. Tanto as vias do centro histórico quanto dos bairros da urbe mamorense, sofrem com o acumulo inadequado de lixo a céu aberto, descartados nas avenidas da cidade, irresponsavelmente.

É incompreensível o ato (diria que cultural), de comerciantes e munícipes (quase que unanimemente), emporcalharem a cidade.

Av. Boucinha de Meneses, Cristo Rei, Guajará-Mirim
Há menos de duas semanas, por exemplo, máquinas e funcionários da prefeitura limparam as vias do bairro Cristo Rei, recolhendo lixo, entulho e desobstruído ruas coberta pela vegetação. Trabalho que, aliás, está sendo realizado em outros setores da cidade. As máquinas ainda trabalhavam no bairro Cristo Rei (pasmem!), quando alguns moradores já despejavam sujeiras domésticas nas vias recém-limpas. Eu presenciei a cena (que continua acontecendo diariamente em outros pontos do bairro). Na confluência das avenidas 12 de Outubro com Manoel Murtinho, já há um grande acúmulo de lixo.

Cabe à prefeitura toda culpa do mundo no que se refere à péssima qualidade do serviço de coleta de lixo. Porém, sejamos justos: “dai a César o que é de César”.

Pagar impostos, taxas e contribuições de melhorias municipais são obrigações dos munícipes. São os tributos recolhidos que oxigenam os cofres púbicos. Guajará-Mirim é recordista em inadimplência de IPTU.

Com parcos recursos em caixa, a prefeitura funciona precariamente. Por conta da debilidade financeira, os serviços públicos do ente municipal são duvidosos, isto em razão dos baixos investimentos. Porém, mesmo que o serviço de coleta de lixo do município não funcione adequadamente, ainda assim a população deve usá-lo para se desfazer do lixo doméstico, por exemplo. Não é correto despejar lixo no passeio público.

Av. Manoel Mortinho, Cristo Rei, Guajará-Mirim
Estamos em ano eleitoral e o atual prefeito tem apanhado como cachorro de circo mambembe em dia de bilheteria baixa. É a verdadeira “farra do boi”. Todos batem no atual chefe do executivo (merecidamente, inclusive). Outros, oportunamente, descem a borracha no lombo do prefeito, pavimentando extemporaneamente suas campanhas eleitorais. Outros e outras, lá da capital, via redes sociais, descem o relho no derrière do chefe do executivo, sem dó nem piedade, para agradar o eleitorado insatisfeito com o prefeito (sentimento legítimo), de olho na cadeira do alcalde e no voto do “cidadão” (aquele mesmo que joga seu lixo na rua, fazendo da cidade uma pocilga).

De onde observo, arrisco dizer que estamos em  um círculo vicioso que só prejudica a cidade e seus cidadãos.

Este ano, com ou sem pandemia, de luto ou não, tudo indica que iremos às urnas para eleger prefeito, vice-prefeito e vereadores e, assim, darmos continuidade ao nosso arremedo de democracia e alternância no poder. Será quando todo guajará-mirense habilitado a votar - tanto o que joga seu lixo doméstico nas vias públicas quanto o que não joga - escolherá o novo prefeito (ou confirmará o atual em reeleição).

As cartas estão sobre as mesas do Cassino Guajará. Façam suas apostas. O mais sortudo levará tudo: a prefeitura de porteira fechada. Porém, se a gestão vindoura permanecer no mesmo compasso e vício, levará também, daqui a quatro anos, todas as críticas do cidadão consciente, além das chibatadas de uma gente cínica, porca e caloteira - no que se refere ao pagamento do IPTU (salva poucas exceções).

A conferir.

PT DE GUAJARÁ-MIRIM PARTICIPA DE ENCONTRO POLÍTICO COM EVO MORALES

Profa. Lília Ferreira, Presidente PT/GM O Presidente da Direção Regional do Movimiento al Socialismo - Instrumento Político por la Soberanía...