Entrada da festa de Momo em Guajará-Mirim |
O
carnaval é um dos festejos de maior envergadura plástica popular do Brasil e
sua relevância enquanto elemento identitário do povo brasileiro é inegável. Trata-se
também de festejo nacional altamente democrático, vez que une a todos em uma
mesmo espaço social: brancos, negros e índios, ricos e pobres, homens e
mulheres, heterossexual e homossexual, jovens, idosos e portadores de necessidades
especiais, centro e periferia.
A
Prefeitura de Guajará-Mirim cancelou a programação oficialmente do Carnaval popular
de 2016 que, segundo as alegações do chefe do executivo municipal, se deu por
falta de recursos e em razão das secretarias de Saúde e Educação serem
prioridades neste momento de crise.
Arrisco
afirmar que o cancelamento das atividades festivas oficiais da Corte de Rei
Momo, não só em terras perolenses, mas também em todos municípios onde não
haverá carnaval, é muito mais falta de vontade e criatividade da autoridade
pública, que mesmo falta de recursos financeiros.
Estrutura da empresa MS Sonorização |
Assim,
sob o manto da ignorância, do preconceito, da cegueira e da falta de vontade e
sensibilidade política por parte de inúmeras autoridades públicas de centenas
de municípios brasileiros, é que, em pleno século 21, gestores públicos, parlamentares
e empresários locais tateiam, quase sempre, a gestão da cultura popular de
forma repugnante – sem perceber suas potencialidades. E, desta maneira, conduzem
o produto cultural do município e suas potencialidades, particularmente a
Economia da Cultura, para bancarrota. O que torna este discurso torpe, cego e
ultrapassado não é o seu tom moralista, mas o desprezo ao enorme potencial
econômico desta festa popular que faz circular bilhões de reais, todos os anos
e em todo Brasil (exceto em Guajará-Mirim). Logo aqui, onde o turismo de
negócio, o turismo ambiental, o turismo religioso e o turismo cultural são
potencialidades imensuráveis, latente a flor da pele, porém pouco explorado por
empresários e pelas autoridades públicas.
Estrutura montada para o carnaval 2016 em Guajará |
Quem
é "Zé Pereira"? O sapateiro português José Nogueira de Azevedo
Paredes é o "Zé Pereira", que em um Carnaval, por volta de 1850,
reuniu amigos e agitou as ruas do Rio de Janeiro ao som de bumbos, zabumbas e
tambores. E foi assim que o carnaval foi se tornando, a cada ano, uma festa
popular e democrática.
A promolter Iohanna Kawazak - em parceria
com Melki Moraes, Kupin e Careca, e a empresa MS Sonorização - irá realizar a
festa da Corte de Rei Momo em Guajará-Mirim, nos dias 6, 7, 8 e 9 de fevereiro,
em frente ao Ginásio Afonso Rodrigues. Amantes da cultura popular e súditos do
Rei Momo deverão se encontra neste endereço, para brincar carnaval, celebrar o
reinado de Momo e agradecer a nossa “Zé Pereira” Iohanna Kawazak, por nos
oportunizar brincar carnaval. Viva a cultura popular e carnaval da fronteira! Viva
Iohanna Kawazak, a nossa “Zé Pereira”!
Ps: na quarta-feira de
cinzas, a saúde irá continuar com os mesmos problemas, faltando medicamentos e
médicos; na educação, os salários dos professores continuarão atrasando e as
escolas caindo aos pedaços; as ruas da cidade estarão como sempre estiveram:
escuras, cheias de lamas e buracos... Lamento informar, mas o carnaval não é o culpado.
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