quarta-feira, 24 de junho de 2015

REFORMA DO BUMBÓDROMO: UM TRABALHO DE COOPERAÇÃO PARA O FESTIVAL DE GUAJARÁ



Secretária Executiva Genilda Flores e o Prof. Dr. Dorosnil Alves
Hoje, a Coluna Notícias dos Bois de Guajará conversa com Dorosnil Alves Moreira, professor doutor do quadro da Universidade de Federal de Rondônia, campus de Guajará-Mirim, graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1981), com mestrado em Educação: Ciências Sociais: História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2001) e doutorado em Educação (Currículo). Dorosnil foi o grande articular político para criação do Campus da UNIR da Pérola do Mamoré e diretor do mesmo. Tem experiência na área de Educação, Políticas Públicas com ênfase em Administração de Unidades Educativas, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, linguagem, gestão, universidade, poder local, movimento social, cultura e formação de liderança para desenvolvimento local.

Bumbódromo de Guajará-Mirim, em reforma
Nesta entrevista, o Prof. Dr. Dorosnil Alves Moreira irá falar sobre sua colaboração ao Governo de Rondônia, por meio da parceria estabelecida entre o Projeto de Extensão Gestão Social do Departamento de Gestão Ambiental da UNIR, e a Secretaria Executiva de Planejamento, Orçamento e Gestão em Guajará-Mirim, que hoje coordena a reforma que está sendo realizada na arena de apresentações de espetáculos populares do município, conhecida popularmente por Bumbódromo. A seguir, a entrevista:

Ariel Argobe – Em que consiste o trabalho que está sendo realizado no bumbódromo de Guajará-Mirim?

Prof. Dr. Dorosnil – Trata-se de uma reforma, com base em princípios de mutirão, mesmo porque, se o Governador quisesse repassar qualquer quantidade em dinheiro, neste momento, este dinheiro não chegaria nem num boi, nem no outro, e nem na prefeitura, por conta de impedimento legal. De qualquer maneira, está havendo uma reforma, a partir da articulação de umgrande mutirão. Por exemplo, o empresário Antônio Bento acabou de doar qualquer quantidade de piçarra, além da disponibilização de caminhões e equipamentos para fazer a frente do bumbódromo: aterrar e compactar. A empresa Di Casa também esta colaborando, além de outros empresários.

Bumbódromo de Guajará-Mirim, remoção de alegorias
Ariel Argobe – O trabalho que está sendo realizado no bumbódromo atende as exigências do Corpo de Bombeiros Militar?

Prof. Dr. Dorosnil – Atende. Todos os obstáculos apontados pelos Bombeiros já foram superados. O SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas), por exemplo, já foi resolvido.

Ariel Argobe – Este trabalho de reforma ora em curso permitirá a realização, no bumbódromo, do Festival Folclórico de Guajará-Mirim?

Prof. Dr. Dorosnil – No que depender do Governo do Estado e da Secretaria Executiva de Planejamento, Orçamento e Gestão em Guajará-Mirim, o festival acontecerá no bumbódromo. Um dos grandes problemas está na dificuldade de participação interna de cada boi. Por exemplo, foi dado um prazo para que cada boi retirasse do espaço interno do bumbódromo, as estruturas alegóricas e toda ferragem lá guardadas; e eles estão, até agora, com dificuldades de remoção deste material.

Ariel Argobe – E onde as agremiações irão guardar aquelas estruturas, que são de grandes proporções?


Reforma do Bumbódromo de Guajará
Prof. Dr. Dorosnil – O prefeito cedeu parte do espaço do pátio da Secretária de Obras. Estas estruturas vão ficar lá, por enquanto.

Ariel Argobe – E as agremiações vão poder elaborar suas alegorias e adereços no pátio da SEMOSP?

Prof. Dr. Dorosnil – Nós negociamos para a prefeitura guardar no pátio da Secretaria Municipal de Obras, as estruturas de ferro hoje estacionadas no bumbódromo. Para se construir alegorias no terreno da SEMOSP, isto implicará em uma nova negociação entre os bois e a prefeitura. O que nós precisamos é movimentar aquelas estruturas de ferro, porque nós estamos limpando tudo. Vamos também tirar os barracões de madeiras, que estão podres, e limpar todo o terreno.

Ariel Argobe – O Professor Dorosnil é do quadro da Fundação Universidade Federal de Rondônia, Campus de Guajará-Mirim. Como é que o senhor se inseriu neste trabalho?

Prof. Dr. Dorosnil – Por meio de um projeto de extensão. Eu e os professores Renato e Casara, do Departamento de Gestão Ambiental, fizemos este projeto que se chama Gestão Social, que está baseado no tripé gestão, gerenciamento e governabilidade de projetos. Nós entramos com toda parte de orientação e teorias de como fazer, dando palestras. Por exemplo, através deste projeto já foram realizadas duas palestras: Gestão Social e Governamental (proferida pelo Chefe da Casa Civil), e Eficiência Energética, (proferida por Luiz Carlos Bruno de Oliveira, o 'Mineiro').

Ariel Argobe – Então esta equipe tem, além da colaboração de empresários da cidade, também a contribuição de pessoas da equipe do Governador?

Prof. Dr. Dorosnil – Quando defendemos o nome de Genilda Flores para Secretária Executiva de Planejamento, Orçamento e Gestão em Guajará-Mirim, uma das primeiras coisas que fizemos foi nos informarmos sobre as responsabilidades do Governo do Estado aqui em Guajará. Nós descobrimos que o bumbódromo é um patrimônio estadual, que estava abandonado, largado. A primeira providência foi chamar o pessoal do governo aqui, pra acionar os responsáveis. afinal de contas, de quem é a responsabilidade de gerenciamento do bumbódromo? Quem está envolvido com isto? Descobrimos que a Superintendência Estadual dos Esportes, da Cultura e do Lazer (SECEL), e a Superintendência Estadual de Turismo (SETUR), tem uma parcela de colaboração na gestão do bumbódromo; e que a Superintendência de Gestão de Suprimentos, Logística e Gastos Públicos Essenciais (SUGESPE), também tem. Então o Governador determinou que uma dessas pessoas - que é o ‘Mineiro’ (Luiz Carlos Bruno de Oliveira) – se deslocasse até aqui, pra relatar o que estava acontecendo. E, a partir do ‘Mineiro’, se começou a articular as pessoas do próprio governo, pra fazer o que tem que se fazer. Então veio tinta do governo (de alguma secretaria); equipamentos (lá da outra secretaria). E assim, o Governador começou a ser articulado, dentro do âmbito do próprio governo, para providenciar as coisas e, desta maneira, se fazer a reforma necessária, a partir de uma grande cooperação entre diversos entre diversos órgãos públicos.

Reforma do bumbódromo de Guajará-Mirim
Ariel Argobe – Depois da reforma do bumbódromo e da realização do Festival Folclórico de Guajará-Mirim, o que vai acontecer com este espaço? Ele vai ficar abandonado novamente, ou existe alguma outra proposta para uso?

Prof. Dr. Dorosnil – Já temos uma proposta de uso contínuo do bumbódromo. Na primeira reunião que realizamos na Câmara de Vereadores, com representantes dos bois e autoridades do governo, fizemos este questionamento. Então, de imediato, a Secretária Regional Genilda Flores, por ordem de serviço, determinou o Edmilson como Chefe Local daquele espaço. Também convidamos a Ana Casara – e estamos aguardando sua resposta - para ser a responsável pela organização da agenda cultural do bumbódromo. Assim, teremos duas pessoas na gerência do bumbódromo: uma responsável pela gestão física e a outra, organizando a gestão cultural. Se alguém quiser realizar um show, um arraial, uma atividade cívica ou qualquer outra atividade naquele espaço, esta pessoa irá negociar na Regional, com a responsável pela agenda cultural do bumbódromo. Até o governo decidir a destinação do espaço do bumbódromo, vamos administrá-lo desta maneira. Pode ser que no futuro, depois de concluídas todas as obras pendentes, a Prefeitura de Guajará queira o espaço para o município, ou os bois, ou a Associação Comercial, ou ainda uma empresa qualquer, então, o governo fará a concessão de uso, na forma da lei.

Ariel Argobe – Alguém já se mostrou interessado em gerenciar este espaço? Os bois estão interessados nesta discussão?

Prof. Dr. Dorosnil – Acho que nós temos que envolver mais gente dos bois. Está na hora de fazer um chamamento, para fazer uma discussão mais ampliada, com representantes de cada boi. Poderíamos já discutir uma proposta de organizar, de criar uma empresa, com ata de fundação; e esta empresa estaria responsável em apoiar e realizar qualquer atividade que esteja relacionada aos bois.
 
Ariel Argobe – Em sua opinião, as potencialidades turísticas de Guajará-Mirim, em todos os aspectos, já foram exploradas e exauridas ou este tema nunca entrou, efetivamente, na pauta do município, como mola propulsora de nossa economia?

Prof. Dr. Dorosnil – Não. Acho que ainda não caiu a ficha para os dirigentes da cidade, tanto deste, quanto nos demais governos municipais que já passaram pelo Palácio Pérola do Mamoré. Nem o setor público e nem os empresários tem a exata compreensão da potencialidade turística do município.

Prof. Dr. Dorosnil e equipe de trabalhadores
Ariel Argobe – Com respeito ao Festival Folclórico de Guajará-Mirim, tem alguma mensagem para população, para brincantes, para quem gosta e acredita no festival?

Prof. Dr. Dorosnil – Poderíamos pensar em uma alternativa permanente de agenda para os bois. Como é que eles estão organizados? Como funciona? Não sei. Eu pensei que fosse uma coisa mais contínua, porém, me parece que chega um momento em que eles fazem o evento e depois tudo se interrompe. Continuidade, esta é minha mensagem.

Ariel Argobe – Sendo mais específico, para juventude que brinca, participa e gosta de boi, qual a sua mensagem?

Prof. Dr. Dorosnil – Acho que a juventude é a única que faz a sua parte, realmente. Eles estão esperando. Como eles (os jovens) não foram convocados para outra coisa, eles estão imaginado que o papel deles é só dançar. Nós temos que dar um passo a mais. O papel da juventude não é só dançar. Além de dançar, podemos abrir um leque de formação pra essa juventude. Eles podem passar o ano tudo fazendo ginástica, academia de dança, aperfeiçoando os passos coreográficos, etc. E isto poderia acontecer no próprio bumbódromo. Isto vai depender das iniciativas, de quem está à frente da organização do evento e do gerenciamento do bumbódromo. Esperamos que isto, de fato, aconteça a partir de agora.

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