Secretária Executiva Genilda Flores e o Prof. Dr. Dorosnil Alves |
Hoje,
a Coluna
Notícias dos Bois de Guajará conversa com Dorosnil Alves
Moreira, professor doutor do quadro da Universidade de Federal de Rondônia, campus de
Guajará-Mirim, graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho (1981), com mestrado em Educação: Ciências Sociais:
História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (2001) e doutorado em Educação (Currículo). Dorosnil foi o grande
articular político para criação do Campus da UNIR da Pérola do Mamoré e diretor
do mesmo. Tem experiência na área de Educação, Políticas Públicas com ênfase em
Administração de Unidades Educativas, atuando principalmente nos seguintes
temas: educação, linguagem, gestão, universidade, poder local, movimento
social, cultura e formação de liderança para desenvolvimento local.
Bumbódromo de Guajará-Mirim, em reforma |
Nesta
entrevista, o Prof. Dr. Dorosnil Alves
Moreira irá falar sobre sua colaboração ao Governo de
Rondônia, por meio da parceria estabelecida entre o Projeto de Extensão Gestão
Social do Departamento de Gestão Ambiental da UNIR, e a Secretaria Executiva de
Planejamento, Orçamento e Gestão em Guajará-Mirim, que hoje coordena a reforma
que está sendo realizada na arena de apresentações de espetáculos populares do
município, conhecida popularmente por Bumbódromo. A seguir, a entrevista:
Ariel
Argobe – Em que consiste o trabalho que está sendo realizado no bumbódromo de
Guajará-Mirim?
Prof.
Dr. Dorosnil – Trata-se de uma reforma, com base em princípios de mutirão,
mesmo porque, se o Governador quisesse repassar qualquer quantidade em
dinheiro, neste momento, este dinheiro não chegaria nem num boi, nem no outro,
e nem na prefeitura, por conta de impedimento legal. De qualquer maneira, está
havendo uma reforma, a partir da articulação de umgrande mutirão. Por exemplo, o empresário
Antônio Bento acabou de doar qualquer quantidade de piçarra, além da
disponibilização de caminhões e equipamentos para fazer a frente do bumbódromo:
aterrar e compactar. A empresa Di Casa também esta colaborando, além de outros
empresários.
Bumbódromo de Guajará-Mirim, remoção de alegorias |
Ariel
Argobe – O trabalho que está sendo realizado no bumbódromo atende as exigências
do Corpo de Bombeiros Militar?
Prof.
Dr. Dorosnil – Atende. Todos os obstáculos apontados pelos Bombeiros já foram
superados. O SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas), por
exemplo, já foi resolvido.
Ariel
Argobe – Este trabalho de reforma ora em curso permitirá a realização, no
bumbódromo, do Festival Folclórico de Guajará-Mirim?
Prof.
Dr. Dorosnil – No que depender do Governo do Estado e da Secretaria Executiva
de Planejamento, Orçamento e Gestão em Guajará-Mirim, o festival acontecerá no
bumbódromo. Um dos grandes problemas está na dificuldade de participação
interna de cada boi. Por exemplo, foi dado um prazo para que cada boi retirasse
do espaço interno do bumbódromo, as estruturas alegóricas e toda ferragem lá
guardadas; e eles estão, até agora, com dificuldades de remoção deste material.
Ariel
Argobe – E onde as agremiações irão guardar aquelas estruturas, que são de grandes
proporções?
Reforma do Bumbódromo de Guajará |
Prof.
Dr. Dorosnil – O prefeito cedeu parte do espaço do pátio da Secretária de
Obras. Estas estruturas vão ficar lá, por enquanto.
Ariel
Argobe – E as agremiações vão poder elaborar suas alegorias e adereços no pátio
da SEMOSP?
Prof.
Dr. Dorosnil – Nós negociamos para a prefeitura guardar no pátio da Secretaria
Municipal de Obras, as estruturas de ferro hoje estacionadas no bumbódromo.
Para se construir alegorias no terreno da SEMOSP, isto implicará em uma nova
negociação entre os bois e a prefeitura. O que nós precisamos é movimentar
aquelas estruturas de ferro, porque nós estamos limpando tudo. Vamos também
tirar os barracões de madeiras, que estão podres, e limpar todo o terreno.
Ariel
Argobe – O Professor Dorosnil é do quadro da Fundação Universidade
Federal de Rondônia, Campus de Guajará-Mirim. Como é que o senhor se inseriu
neste trabalho?
Prof.
Dr. Dorosnil – Por meio de um projeto de extensão. Eu e os professores Renato e
Casara, do Departamento de Gestão Ambiental, fizemos este projeto que se chama
Gestão Social, que está baseado no tripé gestão, gerenciamento e
governabilidade de projetos. Nós entramos com toda parte de orientação e
teorias de como fazer, dando palestras. Por exemplo, através deste projeto já
foram realizadas duas palestras: Gestão Social e Governamental (proferida pelo
Chefe da Casa Civil), e Eficiência Energética, (proferida por Luiz Carlos Bruno
de Oliveira, o 'Mineiro').
Ariel
Argobe – Então esta equipe tem, além da colaboração de empresários da cidade,
também a contribuição de pessoas da equipe do Governador?
Prof.
Dr. Dorosnil – Quando defendemos o nome de Genilda Flores para Secretária
Executiva de Planejamento, Orçamento e Gestão em Guajará-Mirim, uma das
primeiras coisas que fizemos foi nos informarmos sobre as responsabilidades do
Governo do Estado aqui em Guajará. Nós descobrimos que o bumbódromo é um
patrimônio estadual, que estava abandonado, largado. A primeira providência foi
chamar o pessoal do governo aqui, pra acionar os responsáveis. afinal de contas, de
quem é a responsabilidade de gerenciamento do bumbódromo? Quem está envolvido
com isto? Descobrimos que a Superintendência Estadual dos Esportes, da Cultura
e do Lazer (SECEL), e a Superintendência Estadual de Turismo (SETUR), tem uma
parcela de colaboração na gestão do bumbódromo; e que a Superintendência de
Gestão de Suprimentos, Logística e Gastos Públicos Essenciais (SUGESPE), também
tem. Então o Governador determinou que uma dessas pessoas - que é o ‘Mineiro’
(Luiz Carlos Bruno de Oliveira) – se deslocasse até aqui, pra relatar o que
estava acontecendo. E, a partir do ‘Mineiro’, se começou a articular as pessoas
do próprio governo, pra fazer o que tem que se fazer. Então veio tinta do
governo (de alguma secretaria); equipamentos (lá da outra secretaria). E
assim, o Governador começou a ser articulado, dentro do âmbito do próprio
governo, para providenciar as coisas e, desta maneira, se fazer a reforma
necessária, a partir de uma grande cooperação entre diversos entre diversos órgãos públicos.
Reforma do bumbódromo de Guajará-Mirim |
Ariel
Argobe – Depois da reforma do bumbódromo e da realização do Festival Folclórico de
Guajará-Mirim, o que vai acontecer com este espaço? Ele vai
ficar abandonado novamente, ou existe alguma outra proposta para uso?
Prof.
Dr. Dorosnil – Já temos uma proposta de uso contínuo do bumbódromo. Na primeira
reunião que realizamos na Câmara de Vereadores, com representantes dos bois e
autoridades do governo, fizemos este questionamento. Então, de imediato, a Secretária Regional Genilda Flores, por ordem de serviço,
determinou o Edmilson como Chefe Local daquele espaço. Também convidamos a Ana
Casara – e estamos aguardando sua resposta - para ser a responsável pela organização
da agenda cultural do bumbódromo. Assim, teremos duas pessoas na gerência do
bumbódromo: uma responsável pela gestão física e a outra, organizando a gestão
cultural. Se alguém quiser realizar um show, um arraial, uma atividade cívica
ou qualquer outra atividade naquele espaço, esta pessoa irá negociar na
Regional, com a responsável pela agenda cultural do bumbódromo. Até o governo
decidir a destinação do espaço do bumbódromo, vamos administrá-lo desta
maneira. Pode ser que no futuro, depois de concluídas todas as obras pendentes,
a Prefeitura de Guajará queira o espaço para o município, ou os bois, ou a
Associação Comercial, ou ainda uma empresa qualquer, então, o governo fará a concessão
de uso, na forma da lei.
Ariel
Argobe – Alguém já se mostrou interessado em gerenciar este espaço? Os bois
estão interessados nesta discussão?
Prof.
Dr. Dorosnil – Acho que nós temos que envolver mais gente dos bois. Está na
hora de fazer um chamamento, para fazer uma discussão mais ampliada, com
representantes de cada boi. Poderíamos já discutir uma proposta de organizar,
de criar uma empresa, com ata de fundação; e esta empresa estaria responsável
em apoiar e realizar qualquer atividade que esteja relacionada aos bois.
Ariel
Argobe – Em sua opinião, as potencialidades turísticas de Guajará-Mirim, em
todos os aspectos, já foram exploradas e exauridas ou este tema nunca entrou,
efetivamente, na pauta do município, como mola propulsora de nossa economia?
Prof.
Dr. Dorosnil – Não. Acho que ainda não caiu a ficha para os dirigentes da
cidade, tanto deste, quanto nos demais governos municipais que já passaram pelo
Palácio Pérola do Mamoré. Nem o setor público e nem os empresários tem a exata
compreensão da potencialidade turística do município.
Prof. Dr. Dorosnil e equipe de trabalhadores |
Ariel
Argobe – Com respeito ao Festival Folclórico de Guajará-Mirim, tem alguma
mensagem para população, para brincantes, para quem gosta e acredita no
festival?
Prof.
Dr. Dorosnil – Poderíamos pensar em uma alternativa permanente de agenda para
os bois. Como é que eles estão organizados? Como funciona? Não sei. Eu pensei
que fosse uma coisa mais contínua, porém, me parece que chega um momento em que
eles fazem o evento e depois tudo se interrompe. Continuidade, esta é minha mensagem.
Ariel
Argobe – Sendo mais específico, para juventude que brinca, participa e gosta de
boi, qual a sua mensagem?
Prof.
Dr. Dorosnil – Acho que a juventude é a única que faz a sua parte, realmente.
Eles estão esperando. Como eles (os jovens) não foram convocados para outra
coisa, eles estão imaginado que o papel deles é só dançar. Nós temos que dar um
passo a mais. O papel da juventude não é só dançar. Além de dançar, podemos
abrir um leque de formação pra essa juventude. Eles podem passar o ano tudo
fazendo ginástica, academia de dança, aperfeiçoando os passos coreográficos, etc. E isto poderia
acontecer no próprio bumbódromo. Isto vai depender das iniciativas, de quem
está à frente da organização do evento e do gerenciamento do bumbódromo. Esperamos que isto, de fato, aconteça a partir de agora.
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