terça-feira, 16 de junho de 2015

O QUE TEM MONTE NEGRO QUE GUAJARÁ NÃO TEM?



Monte Negro, praça da Prefeitura
Na última sexta-feira, 12, me desloquei ao município de Ariquemes, conduzindo meus pais, Pastor Hugo Evaristo e Maria Edwirges, que foram participar de um congresso evangélico naquela cidade.  Viajamos pela Estrada Parque, que corta o Parque Estadual de Guajará-Mirim, área de reserva florestal. Uma viagem inesquecível, em razão da exuberante natureza do Parque.

Antes de seguirmos por trechos da Estrada Parques, percorremos a Linha 28, quando conhecemos alguns distritos pertencentes ao Município de Nova Mamoré, (Palmeiras, Nova Dimensão e Jacinópolis), além de distritos do Município de Buritis. São núcleos urbanos carentes de toda infraestrutura básica, porém, percebe-se claramente a pujança da agricultura e da pecuária naquelas localidades.

Conhecemos também o Município de Buritis que, em termos de infraestrutura urbana existente e conservação, em uma primeira olhada, é uma verdadeira lástima. Me fez lembrar muito de Guajará-Mirim.

Em seguido conhecemos Monte Negro. Fiquei muito impressionado com este município, que fica localizado na Mesorregião Leste Rondoniense, distante 250 km de Porto Velho, capital do Estado de Rondônia. É uma pequena e pacata cidade, com população estimada em pouco mais de14 mil habitantes (segundo informações IBGE, 2010).

Me  impactaram, positivamente, a limpeza das ruas, as calçadas dos passeios públicos, a conservação da praça onde esta sediada a prefeitura municipal e o jardim da mesma, esmerado; o parque da cidade, para práticas de atividades físicas e lazer. Tudo irretocável. Não me contive, fui circular de carro pela cidade, a fotografá-la.

Sede da Prefeitura de Monte Negro
A boa impressão que Monte Negro suscitou em mim, trouxe também, imediatamente, um sentimento de revolta e vergonha: foram incontroláveis as comparações que passei a estabelecer entre Guajará-Mirim, 86 anos de emancipação política, e Monte Negro 23 anos de criação. E me perguntava incessantemente: porque a prefeitura de Monte Negro consegue varrer suas ruas e calçadas, manter a cidade limpa e organizada e Guajará-Mirim, a cidade detentora do título de Pérola do Mamoré, nem de longe consegue realizar estes mínimos serviços?!

Parque da Cidade de Monte Negro
Quanto mais eu circulava pela urbe monte negrense, fotografando, mais eu ficava revoltado e envergonhado de minha cidade. Certamente o monte negrino tem carinho por sua cidade: acredito que não jogam o lixo doméstico - ou o pessoal - pelas ruas e praças; também não vi quiosquinhos construídos em praças e calçadas (pelo menos por onde andei); os canteiros centrais das vias públicas bem cuidados e conservados. Resumo da ópera: uma cidade com organização e limpeza.

Região central da cidade de Monte Negro
A vontade que eu tive foi de, naquele mesmo instante, voltar a Guajará-Mirim, arrastar algumas de nossas autoridades pelos cabelos até Monte Negro, e lá esfregar a cara destas ‘autoridadezinhas ordinárias’ naquele asfalto bem varrido e sem buraco, até esvair-se a última gota de sangue, pra aprender como é que se cuida de uma cidade.

Muito provavelmente Monte Negro tem - e Guajará-Mirim parece não ter - é uma população comprometida com a cidade e com as pessoas; tem comprometimento e projeto político para seu município e sua população. E, certamente, isto faça realmente a diferença.

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