quinta-feira, 29 de maio de 2014

AÇOUGUEIROS DE BOI-BUMBÁ



Boi Flor do Campo, em Porto Velho, na residência do Ariel

No dia 25 de julho de 2010, desembarcou no porto do Cai N’Água, em Porto Velho, vinda direto da ilha de Tupinambarana, a encantadora e novíssima alegoria que magistralmente representava o bumbá de Dona Georgina Costa. Tratava-se de uma verdadeira escultura articulada, confeccionada pelo genial artista parintinense Marcos Azevedo, o ‘Marquinho’, que oculta, sob segredo absoluto, sua formula para confecção do ‘Boi da Tradição’, o Caprichoso. Para o artista, contar detalhes e mostrar como se confecciona um bumbá, isto pode acabar com a magia do festival.

Naquela ocasião, Ariel Argobe teve a honra de recepcionar a nova alegoria e abrigá-la em sua residência, até sua partida para Guajará-Mirim, onde passou a morar no Bairro Tamandaré. O símbolo máximo da Nação Vermelha e Branca ali residiu até a data de sua partida para Natal (RN), onde se apresentou pela última vez no dia 23 de maio, na Teia Nacional da Diversidade. Naquele dia aconteceu, literalmente, a matança e esquartejamento do boi de D. Georgina.

Marcos Azevedo (Marquinho) autor da alegoria do Flor do Campo
O Bumbá foi para Natal intacto e inteiro, mas voltou esquartejado. Isto mesmo! Segundo informações fidedignas, na hora do embarque, de Natal para Porto Velho, quando uma dupla dublê de ‘Jack, o Estripador’, um renomado artista da agremiação e seu comparsa, que ocupa relevante posição no bumbá, souberam do valor a ser pago para transportar a alegoria - aproximadamente dois mil reais - então tiveram a infeliz ideia de fatiar, como se fosse bife, a mais relevante escultura da brincadeira de bumbá, objeto que na época custou cinco mil reais - inclusive preço de camaradagem, uma vez que o tripa do Caprichoso (Marquinhos), é muito amigo de Estelina Cunegundes e Ivete Manussakis, que encomendaram a peça para o Festival de Guajará de 2010, e que, nos dias de hoje, não sai por menos de quinze mil reais.

D. Georgina e seu Boi amado
Um Festival que enfrenta problemas dos mais variados matizes, que não aconteceu em 2013 e que corre sério risco de não acontecer em 2014, tem em seu elenco de ‘artistas prata da casa’, gente desta ‘catigoria’, com ‘sensibilidade e perícia de um ‘Jack, o Estripador’.

Se por ventura o Festival Folclórico de Guajará-Mirim entrar realmente em declínio, vindo mesmo a desaparecer, deixando na orfandade e despregados diversos artistas, fica a certeza de que alguns deles serão absorvidos pelos açougues da cidade, onde poderão exercer a profissão de açougueiros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

PT DE GUAJARÁ-MIRIM PARTICIPA DE ENCONTRO POLÍTICO COM EVO MORALES

Profa. Lília Ferreira, Presidente PT/GM O Presidente da Direção Regional do Movimiento al Socialismo - Instrumento Político por la Soberanía...