Boi Flor do Campo, em Porto Velho, na residência do Ariel |
No
dia 25 de julho de 2010, desembarcou no porto do Cai N’Água, em Porto Velho, vinda
direto da ilha de Tupinambarana, a encantadora e novíssima alegoria que
magistralmente representava o bumbá de Dona Georgina Costa. Tratava-se de uma
verdadeira escultura articulada, confeccionada pelo genial artista parintinense
Marcos Azevedo, o ‘Marquinho’, que oculta, sob segredo absoluto, sua formula
para confecção do ‘Boi da Tradição’, o Caprichoso. Para o artista, contar
detalhes e mostrar como se confecciona um bumbá, isto pode acabar com a magia
do festival.
Naquela
ocasião, Ariel Argobe teve a honra de recepcionar a nova alegoria e abrigá-la
em sua residência, até sua partida para Guajará-Mirim, onde passou a morar no
Bairro Tamandaré. O símbolo máximo da Nação Vermelha e Branca ali residiu até a
data de sua partida para Natal (RN), onde se apresentou pela última vez no dia
23 de maio, na Teia Nacional da Diversidade. Naquele dia
aconteceu, literalmente, a matança e esquartejamento do boi de D. Georgina.
Marcos Azevedo (Marquinho) autor da alegoria do Flor do Campo |
O
Bumbá foi para Natal intacto e inteiro, mas voltou esquartejado. Isto mesmo! Segundo
informações fidedignas, na hora do embarque, de Natal para Porto Velho, quando uma
dupla dublê de ‘Jack, o Estripador’, um
renomado artista da agremiação e seu comparsa, que ocupa relevante posição no
bumbá, souberam do valor a ser pago para transportar a alegoria -
aproximadamente dois mil reais - então tiveram a infeliz ideia de fatiar, como
se fosse bife, a mais relevante escultura da brincadeira de bumbá, objeto que na
época custou cinco mil reais - inclusive preço de camaradagem, uma vez que o
tripa do Caprichoso (Marquinhos), é muito amigo de Estelina Cunegundes e Ivete
Manussakis, que encomendaram a peça para o Festival de Guajará de 2010, e que,
nos dias de hoje, não sai por menos de quinze mil reais.
D. Georgina e seu Boi amado |
Um
Festival que enfrenta problemas dos mais variados matizes, que não aconteceu em
2013 e que corre sério risco de não acontecer em 2014, tem em seu elenco de ‘artistas
prata da casa’, gente desta ‘catigoria’,
com ‘sensibilidade e perícia de um ‘Jack,
o Estripador’.
Se
por ventura o Festival Folclórico de Guajará-Mirim entrar realmente em declínio,
vindo mesmo a desaparecer, deixando na orfandade e despregados diversos
artistas, fica a certeza de que alguns deles serão absorvidos pelos açougues da
cidade, onde poderão exercer a profissão de açougueiros.
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