quarta-feira, 26 de março de 2014

O BURRO FALANTE DA REPÚBLICA SURREALISTA MAMORENSE



O Burro Falante da República Mamorense

Já afirmei, redisse e vou continuar repetindo, como se fosse um budista ou um hinduísta, murmurando por inúmeras vezes em voz alta, ou interiormente, um mantra: “Guajará-Mirim é, inacreditavelmente, uma cidade surrealista, repleta de muitas cenas, fatos e personalidades insólitas, capazes de levar ao delírio gargalhante, o mais exigente público amante de anedotas e pilhérias ou, em nosso caso, o turista, o visitante e o cidadão que, diante de tantas desgraças, desmandos e incompetências das nossas autoridades públicas, precisam rir um pouco”.

Certo dia, uma caloura do curso de Mestrado do Campus da Unir de Guajará-Mirim, ao se apresentar como cidadã gajaramirense, a um determinado professor doutor do citado mestrado, ouviu o seguinte comentário: “Guajará é uma cidade que não existe. Gosto muito de Guajará. Se um dia alguém me falar que vaca voa, é claro que eu não vou acreditar. Porém, se me disserem que foi em Guajará-Mirim, aí sim, eu acredito. Podem ter certeza, em Guajará vaca voa”.

Na surreal e bucólica Pérola do Mamoré vaca voa, restaurante fecha meio dia para almoço, ‘boqueiro’ é viciado, puta se apaixona e o prostíbulo fecha à noite para descanso, comunista acredita em Deus. Tudo isto é possível em Guajará-Mirim. Aos cinquenta anos de idade, acreditava que ‘burro falante’ era apenas personagem de ficção do genial Monteiro Lobato, autor do clássico infantil Sítio do Pica-pau Amarelo.

O Burro Falante do Sítio do Pica-pau Amarelo
Pasmem todos - pois é inacreditável - burro falante existe! Não é ficção, e é produto concreto, fato verdadeiro das terras perolenses. Descobri o caso metafísico acessando as redes sociais. Não quis acreditar, porém, é a mais transparente verdade. Aqui em Guajará, vaca voa e burro fala.

Ao acessar as redes sócias, me deparei com a seguinte informação, copeada ipsis litteris: “Na quinta feira, na sessão da câmara estarei apresentando um requerimento onde solicito do Prefeito que seja extinto a Secretaria de Cultura e no lugar da mesma seja criado uma diretoria pois no momento necessitamos muito mais da SEMER secretaria de estradas, e na Secretaria de Obras peço ao Prefeito mudanças na mesma, pois não é mais possível ver tantos buracos, a cidade tomada pelo mato, falta de iluminação...”, Irmão Denis, Vereador.

Logo de saída, é bom lembrar que o edil ‘Representante do Povo’, o Vereador Irmão Denis, em Plenária na Câmara, no último dia 20, afirmou que tal texto não é de sua autoria. Sendo assim, doravante, passaremos a nominar o autor ‘desconhecido’ do texto que tem causado tanta indignação ao segmento cultura, esportivo e turístico da Perola do Mamoré de fenomenal ‘Burro Falante’. 

Sina de quem é burro falante
Nota-se que, segundo declaração do ‘Burro Falante’, os problemas que assolam a população de Guajará-Mirim, naturais ou não (buracos, lamas, lixos, entulhos, matagal, alegações, infestações de animeis e insetos peçonhentos, isolamentos, desalojamentos, desabastecimentos, comércio quebrado, saúde falida, autoridades incompetentes, parlamentares patéticos, etc.), tem uma única é exclusiva causa: a existência da famigerada e impiedosa Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Turismo (SEMCET), instituição capaz de, segundo o texto do ‘Burro Falante’, destruir e levar para bancarrota, a economia da urbe tupiniquim e sua gente.

O desavisado ‘Asno Boca de Pinico’ - um verdadeiro ‘porra-louca’ e ‘analfabeto estético’ – desconhece o imprescindível e elevado papel de uma instituição responsável pela condução das questões culturais. Para tentar lançar um pouco de luz à polêmica proposta do ‘Jumento Falador’, e à causa cultural, apresento uma reflexão simples, rasa inclusive, considerando o intelecto do ilustre ‘Burro Tagarela’ que, diga-se de passagem, não é o Vereador Irmão Denis. Iniciamos com uma pergunta simples, que costuma circular em qualquer ambiente, do mais elevando intelecto ao mais simplório raciocínio: o que é cultura? Segundo o Dicionário Aurélio, cultura é o “Conjunto dos conhecimentos adquiridos; a instrução, o saber (...)”. Sociologicamente: “Conjunto das estruturas sociais, religiosas etc., das manifestações intelectuais, artísticas etc., que caracteriza uma sociedade (...)”.
  
Sem muitas delongas, Senhor ‘Burrico da Língua de Trapo’ do Sítio do Pica-Pau Amarelo Transloucado’, cultura, definida genericamente, é todo complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes, os hábitos e aptidões adquiridos pelo homem não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade.

Então, nobríssimo ‘Mentecapto da Cabeça Oca’, vamos a nossa segunda e ultima pergunta: qual o papel de uma secretaria que lida com a cultura? A SEMCET, instituição de Guajará-Mirim responsável pela cultura, esporte, lazer e turismo, tem por finalidade, definir e implantar a política municipal pertinente à pasta, tendo como princípios: a democratização, universalização, a equidade e a integralidade, objetivando a formação de cidadãos e cidadãs portadores de consciência social, crítica, solidária e democrática.

Burros falantes abundam na República Mamorense
Isto posto, espero ter contribuído para com a depuração espiritual, estética, política, social, solidária e humanitária do ilustre ‘Burro Falante’, galopador aloprado dos verdejantes pastos da surreal República do Mamoré que, neste momento de calamidade pública, necessita, imprescindivelmente, de pessoas (humanas) com competência de raciocínio critico e inteligente, com capacidade de contribuir propositivamente e, assim, tirar do buraco - melhor dizendo: dos milhares de buracos - a cidade Pérola do Mamoré que, dada sua sina triste e agourenta, mais parece uma ‘Cabeça de Burro” enterrada até as sapatas às margens do majestoso Rio Mamoré.

Para finalizar, externo minha preocupação com a quantidade de burros que falam sobre 'miolo de pote', galopeando sem direção, tal qual ‘Cavalo Doido’, rodopiando por Guajará-Mirim, influenciando pessoas e autoridades. São ‘Bestas Humanas’ que estão em todos os lugares, públicos e privados, tagarelando tolices e bobagem, opinando sobre tudo. Sendo assim, resta-me parafrasear o hilário personagem Caco Antibes, interpretado pelo genial Miguel Falabella, astro do programa global ‘Sai de Baixo’, e repetir a celebre fala: CALA A BOCA, BURRO FALANTE!

quinta-feira, 20 de março de 2014

RIO MAMORÉ E VEREADOR AMEAÇAM CULTURA DE GUAJARÁ



Estação da EFMM, Guajará-Mirim
A elevação, sem precedentes, dos níveis dos Rios Mamoré e do Beni (Bolívia), nos últimos dias, já desalojou inúmeras famílias de suas residências, particularmente os moradores dos bairros do Triângulo e Cristo Rei. Agora também ameaça, perigosamente, o patrimônio cultural de Guajará-Mirim.

As águas do Rio Mamoré já margeiam a confluência das avenidas Mendonça Lima e Constituição, centro comercial da Pérola do Mamoré, desalojando também alguns comerciantes e deixando outros apavorados.

Estação da EFMM, Guajará-Mirim
O centro histórico de Guajará-Mirim, o segundo município mais antigo do Estado de Rondônia, que contem inúmeros exemplares de arquiteturas do início da colonização da região, está sob ameaça. A centenária e histórica Estação da lendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré já foi invadida pelas águas, ameaçando o acervo do Museu Histórico Municipal, instalado na velha estação, além da própria edificação.

Av. Dr. Mendonça Lima, centro comercial de Guajará
Para piorar a situação, o Vereador Irmão Denis (PTB), em breve pretende apresentar à Câmara de Vereadores da cidade, Requerimento solicitando ao chefe do Executivo Municipal, a extinção da Secretaria de Cultura, Esportes, Lazer e Turismo de Guajará-Mirim, justificando seu projeto com a tese de que a cidade precisa muito mais de estradas e uma secretaria de obras mais atuante, e que não necessitamos de uma pasta cultural.

O obtuso parlamentar, analfabeto estético, certamente não consegue enxergar a importância de uma secretaria municipal responsável pela condução das questões culturais, sobretudo, em uma cidade quase centenária, voltada ao turismo, repleta de exemplares do patrimônios históricos do campo material e imaterial.

Vereador Irmão Denis (PTB)
A depender de alguns parlamentares da Câmara de Vereadores de Guajará-Mirim, em especial do equivocado Irmão Denis (PTB), a cultura de Guajará “vai mesmo é pro brejo”, de uma vez por todas. Adeus patrimônio histórico da Pérola do Mamoré!


segunda-feira, 17 de março de 2014

GUAJARÁ-MIRIM: COM A ÁGUA BATENDO NA BUNDA, PARTE II




Bairro Triângulo, Guajará-Mirim, março de 2014
As fortes chuvas que caem nas regiões da Pérola do Mamoré e do Rio Beni (Bolívia), tem elevando o nível do Rio Mamoré diariamente, em 10 centímetros, aproximadamente, nos últimos sete dias, desalojando inúmeras famílias de suas residências, particularmente os moradores dos bairros do Triângulo e Cristo Rei, em Guajará-Mirim.

Também o Rio Lage, que corta a BR-425, entre os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, subiu seu nível substancialmente, invadindo trechos do asfalto, dificultando ou impedindo o acesso dos moradores perolenses ao município vizinho.
 

Av. Beira Rio, Centro, Guajará-Mirim, março de 2014

Como se não bastasse interdições de trechos das rodovias federais 364 e 425, há mais de um mês, em decorrência das cheias dos rios Madeira, Araras e Mamoré, deixando as populações de Guajará-Mirim e Nova Mamoré isoladas, assim como, desabastecida de gêneros alimentícios, medicamentos e combustíveis, também impossibilitando o translado de passageiros e doentes por via terrestre, agora a natureza resolveu também dificultar, mais ainda, a vida dos moradores de Guajará, elevando os níveis dos Rios Araras e Mamoré, causando o alagamento de estradas, ramais rurais e da região beira rio da cidade.

Soma-se aos fenômenos da natureza, que tem acarretado inúmeros transtornos para o cidadão guajaramirense, a pouca agilidade das autoridades dos poderes executivo e legislativo perolenses, reconhecidos como autoridades pífias em seus respectivos papeis. Inundações, desabastecimentos, desalojamentos, autoridades e organismos públicos com resultados insuficientes, buracos, poeiras e uma grande quantidade lixos e entulhos nas vias públicas da cidade, tem transformado a vida do cidadão de Guajará-Mirim em um verdadeiro inferno.

Av. Princesa Isabel, Bairro Triângulo, Guajará-Mirim, 2014
Como parte do problema enfrentado pela população é em decorrência de fenômenos da natureza, parece que a única saída do cidadão é aguardar a própria natureza resolvê-los. Esperar por uma solução das autoridades (in)competentes é pura perda de tempo.

Como já afirmei anteriormente, repetindo um velho ditado popular, o guajramirense está, literalmente, com ‘a água batendo na bunda’ – e não é mais só figura de linguagem. A hora é agora, o momento é este e a causa, periclitante, nos empurra para ocuparmos ruas e praças, exigindo de nossas autoridades (algumas delas pateticamente perdidas), soluções urgentes para o bem-estar e sobrevivência de nossa população. Vamos nos somar e participar do movimento SOS Guajará, nossa única tribuna para protestos.

PT DE GUAJARÁ-MIRIM PARTICIPA DE ENCONTRO POLÍTICO COM EVO MORALES

Profa. Lília Ferreira, Presidente PT/GM O Presidente da Direção Regional do Movimiento al Socialismo - Instrumento Político por la Soberanía...