quinta-feira, 28 de abril de 2011

A FORTE PRÍNCIPE MERGULHA NO RIO AMAZONAS

Experientes brincantes dissidentes da extinta quadrilha Estrela Divina, interessados em manter vivo o folguedo junino, somaram-se aos desejos de alguns jovens quadrilheiros da Zona Leste, buscaram o apoio de algumas personalidades da região e, reunidos em assembléia, fundaram, no ano de 2009, um grupo junino denominado Grupo Folclórico e Recreativo Forte Príncipe.

Encontro das águas dos Rios Negro e Solimões formam o Rio Amazonas
Com o tema “Rio Amazonas, Mistérios e Encantos” a Forte Príncipe, quadrilha da categoria adulta que representa diversos bairros localizados no coração do setor leste da cidade de Porto Velho, em 2011 se apresentará pela primeira vez, vinda do grupo de acesso, na arena do Arraial Flor do Maracujá - nosso grandioso certame de cultura popular que premia os melhores do ano nas modalidades de quadrilhas juninas e bois-bumbás -, explorando o encontro das águas dos Rios Negro e Solimões; o Rio Amazonas, o Rio Madeira e lagos; as figuras lendárias e mitológicas do imaginário popular que habitam rios e florestas; a cultura do homem caboclo e fauna e a flora da região.


A Presidente da Forte Príncipe, Laura Vicunã, garante que o tema abordado mexe com os sentimentos de caboclos e beradeiros, assim como, com a alma da população de Porto Velho e empolga, sobremaneira, os brincantes da quadrilha, de forma que é um assunto com condições de posicionar a quadrilha entre as cinco melhores colocadas.


O desenvolvimento do desenho coreográfico é uma criação dos dançarinos Carlos Magno e Uelíton Araújo Trindade. As alegorias e adereços, que prometem ser a grande surpresa do grupo folclórico, são criações dos artistas vindos da Mocidade Independe São José, do município de Humaitá, no amazonas.


Para atingir uma boa classificação, a Diretoria, os artistas, artesãos e brincantes ensaiam na Escola Risoleta Neves, localizada na Rua Edite Feitosa, 8158, Bairro Tancredo Neves, a partir da 22h30min, de segunda à sexta-feira, com afinco e esmero, explorando a rica plasticidade que o tema possibilita para, assim, garantir uma apresentação monumental que promete arrebatar as emoções do público presente durante a exibição da Forte Príncipe.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

BORBOLETAS

(Mário Quintana)

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de
se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.



Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.



Mário Quintna
  Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar
não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

NO CAMINHO COM MAIAKOVSKI

Eduardo Alves da Costa, poeta e escritor
“NO CAMINHO COM MAIAKOVSKI” é um poema muito divulgado como sendo de autoria do russo Vladimir Maiakoviski ou mesmo de Bertolt Brecht. O seu autor, no entanto, é Eduardo Alves da Costa.


O poema foi escrito nos anos 60 como um grito contra a ditadura militar que governava o Brasil, mas a sua mensagem pode muito bem ser aplicada para os dias atuais.

O texto normalmente divulgado é apenas um trecho que, pela sua beleza, é como se fosse um poema completo.

Eis o poema completo:

No Caminho, com Maiakóvski
Eduardo Alves da Costa

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas manhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gesto
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

David Nogueira*



Valverde na Bateria do Bloco Mistura Fina
Foi uma grande e justa homenagem que fizeram ao Eduardo Valverde na Câmara dos Deputados na manhã desta terça, dia 12 de abril, em Brasília. Líderes importantes e cidadãos anônimos por lá passaram e registraram sua admiração e respeito pelo homem e pelo político das bandas do Rio Madeira. Todos, para alegria nossa, lembraram o companheiro Ely Bezerra parceiro de nosso Dudu nessa tragédia.


Valverde era um homem detentor de claro espectro ideológico. Tínhamos a mais absoluta confiança de tal fato. Provou isso de forma magnífica e ajudou a construir a nova história tupiniquim. Defendeu o PT, os seus companheiros e o Governo que elegemos em todos os momentos. Nos melhores dias e nos mais difíceis e desesperadores. Não se escondeu. Não se acovardou. Não virou as costas para o passado de todos nós. Mostrou-se solidário na plenitude. Isso foi reiteradamente dito no Plenário. Era um militante exemplar a ser observado pelas futuras gerações. Talvez por isso, tantos por lá passaram, lembraram e se emocionaram.


A ex senadora Fátima Cleide, parceira de tantas lutas, acompanhou a esposa Mara e os filhos até o Plenário da Casa. A homenagem foi iniciativa conjunta do líder petista, deputado Paulo Teixeira (SP), e do deputado do PSB, Mauro Nazif (RO). A bancada vermelhinha se fez presente em grande número, não obstante, outras cores por lá caminharam. Lá estavam Senadores de várias bandeiras, sindicalistas, o Padre Tom e demais deputados federais de RO. Estavam também vereadores, a deputada estadual Epifânia, empresários, alguns prefeitos do interior do estado e outros que acharam justa e necessária a presença nesse momento de reconhecimento e, principalmente, de agradecimento.


Não era um momento qualquer. A Casa representativa do povo brasileiro se reuniu especialmente para prestar honras a um amigo nosso. A um companheiro cuja vida e luta tem o reconhecimento do Brasil, da nação. Puxa, que legal! Foi significativo sob todos os aspectos. Tal gesto, tornou-se um orgulho para todos nós de Rondônia.


Lamentavelmente, não podemos deixar de notar a ausência de algumas pessoas investidas de importantes papéis políticos. Todas elas ajudadas de forma impessoal, republicana e honesta pelo trabalho político de Eduardo Valverde. Falo de pessoas com capacidade de mobilização e condições de fazerem um gesto bonito num momento significativo como esse. E foram vários os que por lá não passaram...


Mas a história cumprirá seu papel e o amanhã já está chegando...


Eduardo tinha seus defeitos, mas tinha suas muitas virtudes. São elas que estão na mente de todos nós e são elas que nos nortearão pela trilha que ainda nos resta caminhar. Não sabemos quando sairemos desta estrada e seguiremos por outra mais desconhecida, porém, enquanto por esta caminhar, quero ter a certeza de poder contar com a solidariedade verdadeira de muitos e a luz de alguns.


Caro Eduardo, foi um prazer e um privilégio ter convivido com você. Hoje, aqui em Brasília, o povo do seu país disse: “Você também é o cara!”...


Siga em paz.


*Professor David Nogueira
Secretário de Comunicação do PT/RO
Fundador do Sintero e Ex Dirigente da CUT e CNTE

terça-feira, 19 de abril de 2011

GUJARÁ-MIRIM E O SEU PASSADO ESQUECIDO

Por Ariel Argobe (*)

Caminhar pelas ruas centrais da cidade de Guajará-Mirim, em um final de tarde, sem pressa, explorando com olhar apurado detalhes plásticos, adereços arquitetônicos e elementos estéticos adornadores de antigos prédios e sobrados erguidos na região central da cidade, mergulhando a retina nas quase intactas fachadas históricas, espraiando olhar investigativo por sobre as linhas urbanísticas de ruas e praças definidas por plástica que envolve e define o centro histórico da cidade é, sem dúvida alguma, uma aventura de riquíssima experiência estética que nos transporta através dos tempos para o nosso passado ainda presente, entrincheirado, insistentemente resistindo ao implacável desgaste natural dos anos, à ação covarde do inescrupuloso analfabeto estético e ao desmando de autoridades descompromissada com a memória beradeira.


De ar bucólico e aprazível ritmo de interior, a cidade rondoniense que é carinhosamente conhecida sob o pseudônimo de Pérola do Mamoré, segundo nos informa o historiador Victor Hugo, em seu livro Os Desbravadores, "Até o início do século XIX, (...) (a cidade) era apenas uma indicação geográfica para designar o ponto brasileiro à povoação boliviana de Guayaramerín”. Naquela época, a localidade que hoje é Guajará-Mirim ainda era conhecida apenas como Porto Esperidião Marques, povoado localizado às margens do Rio Mamoré, fazendo fronteira com a sua co-irmã cidade de Guayaramerín, na Bolívia.

Após nove décadas de fundação da cidade que abriga a estação final da lendária E.F.M.M., é possível observar no conjunto de exemplares arquitetônicos ainda existentes no núcleo central de Guajará-Mirim, erguidos nas primeiras décadas do século XX, que no processo de desenvolvimento e ocupação, a Pérola do Mamoré cunhou sua história e a história daqueles que aqui chegaram para desbravar e desenvolver a região composta pelos Vales do Mamoré e Guaporé, através da construção de edificações que hoje completam um conjunto urbanístico dotado por singulares fachadas de épocas e por praças e coreto, concebidos com linhas arquitetônicas de outrora.

É em Guajará-Mirim, uma pacata urbe com imensurável potencial para exploração do turismo ecológico, religioso, de negócios e cultural - sobretudo a cultura de caráter popular imaterial e o patrimônio histórico material -, que reside aquele que pode ser o último, o mais original e ainda completo conjunto arquitetônico urbano do Estado de Rondônia, com poucas intervenções aderecistas poluidoras e alteradora da linha estética original definidora da obra. São arquiteturas que retratam e traduzem a ocupação recente desta região. Porém, é um patrimônio claramente afetado pela paulatina e implacável ação do tempo e pela ausência do Estado, com necessária e indispensável ação das políticas públicas preservadora e perpetuadora do bem cultural histórico.

Aventurar-se por entre este autêntico palco histórico – ainda que cenário abandonado, mas com capacidade de nos remeter à vida e ao ritmo do início do século XX - dando asas a nossa imaginação, deixando fluir lembranças e buscando reminiscências de outros tempos, poderá se transformar, talvez um dia, em um passeio de agradável deleite estético e conhecimento histórico para turistas, alunos e professores que queiram reviver o passado local, entender a nossa história recente, o processo de ocupação, de exploração e de desenvolvimento da região.


Este passeio histórico, agradabilíssimo e descontraído, se concebido a partir do comprometimento, do cuidado e do zelo necessários, assumidos e protagonizados pela autoridade pública, desenvolvido em parceria com empresários da indústria do turismo, muito provavelmente se tornaria em uma das mais importantes e lucrativas atividades turística de Rondônia e do município de Guajará-Mirim.

Para que referidas ideias sejam possíveis, se faz necessária a implantação e realização de um amplo e completo programa de educação patrimonial, voltado para população local, dotado de mecanismos que tenham a capacidade de suscitar na sociedade guajaramirense o sentimento da preservação, do respeito e da manutenção deste imensurável patrimônio cultural; desenvolvendo também ações de conscientização às autoridades do município e ao empresariado local, produtores cultuais e mestres da cultura popular, fitando despertar nestes segmentos a importância do patrimônio histórico como mola propulsora e geradora de emprego, renda e fonte de fortalecimento da economia local.

Em resumo, o conjunto arquitetônico da primeira metade do século XX existente no centro histórico de Guajará-Mirim, constitui-se em um agrupamento de peças patrimoniais de requintado valor sentimental, estético e histórico que sobrevivem teimosamente, quase que inalteradas, chegando aos dias atuais como irrefutáveis testemunhos da nossa história, porém esquecidas e abandonadas pela total ausência de políticas públicas para preservação da memória da cidade.

A preservação do patrimônio histórico de Guajará-Mirim é compromisso inarredável de todos, para garantia do desenvolvimento e fortalecimento da economia da região, para perpetuação da história e da memória local e para conhecimento e conscientização das gerações vindouras, sobre a história e a identidade cultural constitutiva de Guajará-Mirim e do Estado de Rondônia.


(*) Ariel Argobe é Professor licenciado em artes visuais, artista plástico e carnavalesco.


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PT DE GUAJARÁ-MIRIM PARTICIPA DE ENCONTRO POLÍTICO COM EVO MORALES

Profa. Lília Ferreira, Presidente PT/GM O Presidente da Direção Regional do Movimiento al Socialismo - Instrumento Político por la Soberanía...