ARRAIAL DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO : A TRADIÇÃO DA ROÇA

Arraial da comunidade católica S. Pedro e S. Paulo, Triângulo
Guajará-Mirim

Entre os meses de junho e julho acontecem em todo o Brasil, apresentações das quadrilhas juninas, uma manifestação de cultura popular também conhecida como quadrilha caipira ou quadrilha matuta, sendo geralmente organizadas por escolas, comunidades de bairros, igrejas, associações culturais, grupos de amigos ou famílias.

Também popular em Guajará-Mirim, a folgança folclórica coletiva que exalta a plasticidade artística, a cultura e o jeito de ser e viver do povo da roça invade a agenda cultural da cidade, celebrando e reafirmando no imaginário coletivo a alegria, o estilo musical e a estética própria dos arraiais juninos.

A tradição comanda o ritmo estético e gastronômico dos festejos juninos também aqui na Pérola do Mamoré. São épocas de se saborear deliciosas comidas típicas preparadas à base de milho, mandioca e amendoim, como canjica, pamonha, pé de moleque, bolo de macaxeira e, em nossa terrinha, degustar uma galinha caipira na “graxa” ou um pato no tucupi caprichado na folha de jambu.

Outra característica muito comum é a de se vestir de caipira, usando estampas florais ou geométricas, em tons quentes vibrantes, caprichando ainda no caricato caipira.

Arraial da comunidade católica S. Pedro e S. Paulo
Triângulo, Guajará-Mirim

Quem foi ao Arraial de São Pedro e São Paulo da comunidade religiosa da igreja católica localizada no bairro Triângulo, no último sábado (2/7), teve o agradável prazer de se reencontrar com as raízes estéticas e históricas deste folguedo popular que é a cara do Brasil e inspiração para empolgados brincantes, além de singular traço identitário relevante da cultura do povo simples.

Características como as vestimentas, o balancê no ritmo da música de São João, o cumprimento às damas, o cumprimento aos cavalheiros, o passeio pela roça, o túnel (casais passam por baixo de um túnel formado pelos demais casais), e tantos outros momentos tradicionais e marcantes da plástica junina estavam lá, materializados diante dos olhos de um público atendo, que se deleitava com festivo e colorido patrimônio cultural imaterial do povo brasileiro: o baile na roça.

Viva a cultura popular! Viva o povo brasileiro que preserva nosso rico patrimônio cultural intangível (ameaçado).