quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

UM GAROTO INOCENTE


O "garoto Flávio Bolsonaro e o "motorista laranja" Queiroz
Ao longo de sua carreira política, Jair Bolsonaro sempre defendeu, enfaticamente, com sangue nos olhos e espumando pela boca, a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, argumentando que “bandido bom é bando morto”.

A diminuição da maior idade penal atinge certeira e covardemente negros, favelados, pobres, quilombolas e índios em situação socioeconômica vulnerável.

Em entrevista a Rede Record, (emissora de Edir Macedo, amigo do presidente) Bolsonaro, se referindo aos escândalos que envolvem seu primogênito Flávio Bolsonaro, atolado até medula com o “escritório do crime” (o crime organizado no Rio de Janeiro), declarou: “não é justo usar o “garoto” para tentar me atingir. Eu acredito nele”, afirmou o presidente.

O “garoto” Flávio Bolsonaro tem 37 anos, é deputado estadual no Rio de Janeiro e senador eleito pelo PSL, mesmo partido do presidente. O "garoto" organizou um esquema de caixa 2 durante a campanha presidencial de 2018, que ajudou eleger o pai, com base em fake news e muito terrorismo nas redes sociais, desqualificando com mentiras absurdas Fernando Haddad, seu principal adversário, Lula e o PT.

Flávio Bolsonaro, o “garoto” do presidente, abrigava eu seu gabinete de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, bandidos graúdos do “escritório do crime”, associação de criminosos com a qual o “garoto” tem laços estreitos.

Menores que dirigiam carro roubado na Lagoa  (Rio de Janeiro).
Houve troca de tiros e eles foram baleados (Jornal O Dia)
Diante de inúmeras e gravíssimas denúncias, seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, entrou em campo para defesa do filho, apenas um garoto, vítima de perseguição vil, no entender do pai presidente.

Quando o presidente repete o mantra de que “bandido bom é bandido morto”, certamente exclui o clã Bolsonaro, mirando apenas os jovens negros, desempregados, favelados, pobres, quilombolas e índios miseráveis.

Em se tratando do “garoto” Flávio Bolsonaro, um marmanjo branco, olhos claros, com nível superior, filho do presidente, corrupto milionário, a regra de “bandido bom é bandido morto” é relativizada. Mas que isto, é uma inconstitucionalidade e cruel ato desumano.

Doravante, o presidente Jair Bolsonara deverá ressignificar seu mantra favorito: “bandido bom é bandido morto, mas meu bandido garoto é inocente”.

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