segunda-feira, 13 de junho de 2016

O SILÊNCIO CÚMPLICE DA DIREITA NA FRONTEIRA



Av. Paulista: manifestação contra Temer (foto Marcelo Bandt)
O quarto mandato presidencial conquistado pelo Partido dos Trabalhadores confirma, nas urnas, o sucesso das políticas públicas de um governo de esquerda progressista, nos 13 anos de gestão petista. Porém, os quatro mandatos presidenciais consecutivos conquistados pelo PT despertou na ultradireita brasileira visceral e indisfarçável ódio, além da certeza de que, pelo processo democrático, o retorno ao poder central das antigas oligarquias é sonho cada vez mais distante.

                Após promulgação da vitória e posse de Dilma Rousseff para segundo mandato, partidos da própria base do governo - particularmente o PMDB –, em conluio com legendas oposicionistas, mancomunados com setores e movimentos sociais da extrema direita, passam então, a conchavar nas sobras a aplicação de certeiro golpe na democracia brasileira.

Porto Velho: Manifestação Contra Temer (foto internet)
O consorcio político criminoso financiou e incentivou organizações de direita radical a defenderem a deposição de Dilma Rousseff. O brasileiro conservador e antipetista ocupou ruas e praças, impulsionado por movimentos retrógrados e conservadores como Intervencionistas Independentes (que defendem a volta dos militares), Revoltados On Line (organização assumidamente antipetista que ostenta como principal marca os slogans  “Lula na cadeia”, “Fora Dilma” e “Fora PT”), Vem pra Rua (grupo criado em 2013 que, segundo seus organizadores, tem como objetivo principal “informar o que de errado vem acontecendo em nosso País”), Movimento Brasil Livre (de todos, o mais “badalado” nas redes sociais, ostenta como principal bandeira e troféu o impeachment da presidente Dilma Roussef, sendo os seus líderes os mais “virulentos” nas redes sociais, com destaque para  Kim Kataguiri, 19 anos, abandonou o curso de Economia na Universidade Federal do ABC e é defensor entusiástico do fim do salário mínimo como uma das medidas para resolver os problemas do país.

Guajará: manifestação em favor do golpe, 13/05, (foto internet)
E assim, embalados pela mídia defensora do golpe, sacudidos por legendas partidárias oposicionistas, direitistas e associadas ao projeto fraudulento do PMDB ‘Uma Ponte Para o Futuro’ - que nada mais é que o retorno à agenda neoliberal do PSDB da era FHC – os criminosos golpistas avançaram sobre o estado de direito.
O brado da direita golpista ecoou por estas paragens do poente. Aqui, do outro lado do Brasil, bem longe de Brasília, e das grandes cidades do Sul e Sudeste brasileiro, a república tupiniquim direita radical da fronteira não se fez de rogada e nem se furtou ao projeto golpista covarde. Guajará ‘acordou’ e não só aderiu, mas também foi pra rua e gritou: “Fora Dilma, fora Lula e leva o PT junto”. 

“Basta de Corrupção”, “Impeachment Já”, “Somos + Moro”, “Fora Dilma, Dúlcio, Lula”... E assim, com faixas, cartazes, carro de som, gritos histéricos, caras pintadas de verde e amarelo, vestidos com a camisa da seleção brasileira ‘padrão FIFA/CBF’ que a direita conservadora e golpista da Pérola do Mamoré percorreu a Av. XV de Novembro, engrossando as vozes golpistas que ribombavam por todo Brasil, pedindo a deposição da Presidenta Dilma e o fim do ciclo petista no governo central.

Guajará: manifestação em favor do golpe, 13/05, (foto internet)
O intento dos golpistas, o clamor da população – enganada e usada como massa de manobra – os desejos da direita odiosa, da mídia antidemocrática e dos movimentos sociais fascistas - estes financiados pelos traidores da pátria, mentores do golpe e pelo capital internacional -, foram consumados no Senado Federal no dia 22 de maio de 2016: a Presidenta foi déspota criminosamente do poder e a tenra democracia brasileira abatida.

Sob o manto hipócrita da austeridade, do combate à corrupção e o reequilíbrio das contas públicas e da economia, o Presidente Interino e Golpista Michel Temer começa seu governo nomeado inúmeros corruptos para postos chaves. Logo em seguida, a sociedade foi sacudida por inúmeras denúncias e divulgação de gravações que confirmam o golpe, revelam crimes, incriminam várias autoridades do primeiro escalão do novo-velho governo golpista ilegítimo, entreguista, antipovo e corrupto na essência.

Aqueles que chegaram ao Palácio do Planalto como arautos da ética, da unidade nacional, da moralidade e da probidade administrativa são, na verdade, os mais sujos que por lá aportaram. Verdadeiros “paus de galinheiros”, imundos como “cordão de amarrar pato”. O Governo Temer representa o retorno do projeto entreguista neoliberal e flagrante ameaça aos direitos dos trabalhadores.

Guajará: manifestação em favor do golpe, 13/05, (foto internet)
É agora, o que fazer? O Brasil está sendo desmontando. A corrupção avança. A inabilidade política para unir o Brasil no governo Temer é gritante. Só o povo na rua pode salvar a nação.
No dia 13 de maio, em um domingo, a exemplo do que ocorreu em todo Brasil, a direita de Guajará-Mirim foi às ruas ‘protestar’ contra a ‘corrupção’. Na última sexta-feira, 10 de junho, novamente movimentos sociais da esquerda progressista realizaram diversos atos em inúmeras capitais e cidades brasileiras, contra a corrupção e o governo ilegítimo de Michel Temer.

E Guajará-Mirim protestou no dia 10 de junho?

Na república mamorense tupiniquim neoliberal o silêncio ensurdecedor impera nas ruas da cidade. Mas isto não significa desprezo ao momento político-econômico brasileiro, ao contrário, confirma posicionamento ideológico firme e solidário: a nossa direita da fronteira é cúmplice de primeira hora do governo golpista Temer-Jucá-Cunha e Cia.

A ‘elite falida’ da fronteira ocupou as ruas e endossou Temer, sua gangue de ministros, assim como aplaude, entusiasmadamente, o desmanche das políticas sociais de inclusão da era Lula-Dilma. Faz vista grossa para tudo de imoral e criminoso que acontece no cenário político nacional relacionado ao PMDB, PSDB, DEM e Cia. Nossa direita é de uma complacência angelical com a corrupção e os corruptos também da direita, por uma única e exclusiva razão (não ideológica) irracional: o ódio ao PT, aos petistas, à esquerda, de forma geral, e aos governos Lula e Dilma. É só uma questão de ódio histórico, nada mais.

O silêncio cúmplice da direta golpista na fronteira é, antes de tudo, um atestado de auto-ódio a tudo que ela mesma representa para este município que conduziu por mais de oito décadas: atraso político.

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