Excelentíssimo Senhor
Senador da República - aliás, pra ser bastante sincero não sei se o vocativo
(excelentíssimo) é o termo mais adequado para se dirigir a uma parlamentar que
se apequena, covardemente, diante de um momento delicado e histórico, em que
todos os brasileiros, homens e mulheres, devem se apresentar grandes e
destemidos, para defesa da pátria, da democracia e dos compatriotas vulneráveis
–, reportar-me ao parlamentar por meio desta, em razão de sua Nota Sobre Votação do Impeachment, onde
justifica seu voto e posicionamento.
Assim como todos aqueles brasileiros que acreditam e
defendem um Brasil para todos, também tenho testemunhado prosperar nos últimos
treze anos de governo progressista, políticas públicas includentes, por meio de
inúmeros programas públicos sociais aplicados em diversas áreas, de forma a
transformar, para melhor, a vida de milhões de brasileiros, compatrícios que ao
logo da história do Brasil Colônia, do Brasil Império e do Brasil Republicano
estiveram, secularmente, à margem do exercício pleno da cidadania e da
dignidade humana.
Em
treze anos de experiência de centro esquerda progressista emergiu um Brasil
mais igualitário, mais justo e de bem-estar social para todos, despertado nas oligarquias
cruéis o ódio profundo que, sem o mínimo pudor e nem piedade, empenharam-se
noite e dia para destruir Lula, Dilma, o PT e todos os partidos de esquerda
progressistas, em conluio com as manipuladoras, criminosas e nefárias organizações
midiáticas, particularmente a Rede Globo e suas filiais.
Causa-nos repugnância e revolta as narrativas sórdidas e
criminosas da engenharia traiçoeira que justifica o golpe, articulado por
parlamentares envolvidos em falcatruas - do PMDB, DEM e PSDB, dentre outros -,
fitando livrarem-se da Lava Jato; a participação STF, MPF e TCU, comprados e
recompensados com escandaloso aumento salarial de 41,5% (mordida anteriormente
vetada por Dilma Rousseff); e as mentiras e meias-verdades da imprensa golpista
manipuladora, conduzindo às ruas milhões de brasileiros que jamais imaginaram,
na mais remota hipótese, pagar a caríssima conta do golpe.
Senhor Senado Acir Gurgacz, era exatamente aqui que pretendia
chegar, com esta breve narração, para agora retomar sua Nota Sobre Votação do Impeachment.
O
brasileiro foi enganado, iludido, tapeado pelas organizações midiáticas
delinqüentes deste país, parceira de proa do golpe que, em conspiração com
parlamentares criminosos e lideres delituosos dos movimentos sociais da ultra direita
brasileira, propagaram calúnias e consolidaram um falso cenário pandemônico na
política e na economia nacional, com um único e firme propósito: aplicar o
golpe parlamentar-midiatico-jurídio.
A
mim, Senhor Senador Acir Gurgacz, causa estranheza o seu argumento – no meu
entendimento arrogante - para justifica seu voto SIM, pela admissibilidade do
processo de impeachment: “(...) tendo
como referência a vontade da maioria da população de Rondônia e do Brasil, como
já fiz na fase de admissibilidade do processo (grifo nosso).
O
senhor não me convence que seu voto é a voz do povo. Não me convence por
questões lógicas e transparentes neste enredo solapador da democracia que, de
onde vejo, Vossa Excelência colaborou ativamente ao ouvir não as ruas, mas sim,
em surdina, os argumentos de parlamentares delituosos empenhados em se safarem
das garras da PF, golpeando a Presidência da República; das ruas, o Senador
ouviu as vozes do povo tolo enganado pela imprensa golpista; ainda das ruas, atentou
ao brado odioso da de setores contrário ao Partido dos Trabalhadores e anti-esquerda
progressista, favoráveis ao golpe.
Na
nota sobredita, o senador afirma “votarei com a minha consciência”, como
já fez anteriormente e, acredito, o fará novamente na próxima fase de votação,
de forma que, independentemente de qualquer resultado, o senador jamais poderá
alegar inocência, afinal compõe a Comissão Especial do Impeachment no Senado,
na qualidade de suplente, pelo PDT – RO. O seu voto é consciente e tem lado.
Nesta
intriga abominável não há imaculados. Há interesses de todas as ordens, sendo uns
nobres, humanitários e coletivos, enquanto outros são de perfil criminoso,
excludente, atroz e golpista. A história se encarregará de separar o joio do
trigo, colocando no Panteão Histórico de Heróis, o nome dos brasileiros e das brasileiras
que lutaram pela democracia; e no fosso da vergonha, a vida dos traidores da
pátria; em fausto de honra, a memória dos homens públicos democratas republicanos
defensores do estado de direito e do Brasil; e na página dedicada aos
traidores, a biografia dos trapaceiros entreguistas. Quem viver verá.
Guajará-Mirim, 03 de junho de 2016.
Ariel
Argobe da Costa Brasil
Funcionário
Público da Fundação Universidade Federal de Rondônia
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