DO: MAGO DO GRAFFIT - PARA: RAFAELA MIRANDA
Ednart Gomes e Dayna Souza, mestres da cultura popular |
“vi um rapais preocupado com o festival do boi para
com isso gente vocês tem que se preocupa com a saúde educação melhoria na
cidade aí depois vem diversão viu meu caro ta bom de vc ir trabalha e não esperar
dinheiro de governo!! porque dinheiro do governo e para saúde educação”, (SIC),
(Raffaela Miranda, UNICAMP).
Pelo raciocínio da Sra. Raffaela Miranda, que em seu
texto acima, copiado Ipsis litteris, defende a tese que não se deve investir dinheiro público na cultura, se referindo
ao meu comentário queixoso dando conta que até agora não recebemos o dinheiro
combinado para confecção de fantasias, adereços e alegorias para o Festival
Folclórico de Guajará.
Primeiramente, me assusta a redação de uma egressa da
UNICAMP: ou você foi uma péssima aluna ou essa instituição é uma academia
desqualificada por tê-la aprovada em algum momento.
Dança, pintura, artesanato, arquitetura, música,
paisagismo, artes cênicas, folguedos populares, dentre tantas outras expressões
culturais (boi-bumbá, carnaval, capoeira, ciranda, etc, etc. e etc) são áreas
de conhecimentos e expressão da humanidade, passíveis da atitude pública. Inclusive,
não sei se você já ouviu falar, mas temos no Brasil um Ministério da Cultura. Em
Rondônia, uma Secretária de Estado da Cultura e em Guajará temos também uma
Secretaria Municipal de Cultura.
O Duelo na Fronteira fortalece o turismo, a economia
local, gera emprego temporário e renda às famílias carentes e ao vendedor ambulante,
envolve a juventude e, enquanto este tecido tenro da sociedade brinca de boi, se
mantém longe do risco social e, de quebra, só para lembrá-la, nossos jovens tem
contato com alguma das linguagens artísticas.
Ainda se referindo a sua visão de mundo sobre cultura
e manifestações artísticas, devo adverti-la que (graças ao nosso bom Deus,) suas
idéias são isoladas e não epidêmicas. Já pensou se fosse pensamento majoritário
desde outras épocas: você e o mundo não conheceriam o “Sorriso da Gioconda”,
obra renascentista de Leonardo Da Vinci, popularmente conhecida como Monalisa. A
escultura renascentista intitulado Davi, de Michelangelo. As obras e a igrejas
barrocas de Alejadinho. A arquitetura de Oscar Niemeyer. E tantas e tantas
outras obras primas espalhadas pelo mundo e, muito provavelmente por sua cidade
também. Isto mesmo, a grande maioria esmagadora foi patrocinada pelo poder
publico. O Estado bancou. E foram pagas. Os artistas receberam pelos seus
trabalhos. Quero receber o meu dinheiro. Foi contratado para executar meu
trabalho. Vivo disso e quero receber, mesmo que você - uma analfabeta estética
- seja contra.
Bela resposta e texto maravilhoso, parabéns Ariel, concordo plenamente com você.
ResponderExcluiratt.Simone Mestre (Coletivo Castanheira)