quinta-feira, 26 de julho de 2012


ACIDENTES E TRAIÇÕES EMBALAM O FESTIVAL DE GUAJARÁ

"Sou o levantador de toadas e não
bailarino", diz Sando Menacho
Nos dias 10, 11 e 12 de agosto de 2012, estará acontecendo na bucólica Guajará-Mirim, pacata cidade localizada na fronteira do Brasil coma Bolívia, o mais extraordinário confronto estético de bumbá da região, certame de cultura popular que só perde em monumentalidade para o grandioso festival de Parintins.

O festival de Guajará-Mirim, também conhecido como Duelo na Fronteira, coloca frente a frente, em acirra disputa, o Boi Bumbá Flor do Campo (Vermelho) e Boi Bumbá Malhadinho (Azul).

A pequena Guajará-Mirim se divide ao meio por conta desta grande disputa, atraindo os olhares de turistas do Brasil e do mundo inteiro.

Muitas batalhas são travadas antes da grande luta final, que está marcada para acontecer no Bumbódromo da cidade, o “Coliseu Tupiniquim” da Pérola do Mamoré.

Na guerra de bastidores vale tudo, inclusive seduzir artistas do boi contrário com vultosos cachês. Esta tática, adotada com frequência por emissários da Nação Azul e Branca tem esvaziado ateliês e barracões do Boi-Bumbá Flor do Campo.

Kilderi, artista da Equipe do Grande Coreógrafo Falcão, vindo de Parintins contratado pela Diretoria Vermelha, foi a última baixa nas fileiras de artífices do Flor do Campo.

No último domingo, dia  22, Kilderi saiu para um passeio e ao retornar para o Ateliê de seu Mestre Falcão, foi só para pegar as malas, pois o mesmo já havia sido seduzido e encantado pelo “canto da iara azul”.

E assim caminha o Festival de Guajará-Mirim, recheado de traições, rasteiras e trapaças por trás das cortinas do grande palco.

Não bastando as intermináveis rasteiras de bastidores, o inesperado também contribui para elevar a tensão na região. Ontem, 25, o levantador de toadas Sandro Menacho sofreu um acidente de trânsito e foi encaminhado para Porto Velho, para atendimento de emergência no Hospital João Paulo II.

Sandro Menacho adianta ao Contrário agourento que a fratura no dedão do pé não o impedirá de entrar na arena do bumbodrómo e cumprir com o seu papel. Sandro lembra que é o Levantador de Toadas e não bailarino. Quem viver verá!


3 comentários:

  1. Ôôôô... Ariel... quanta maldade, amigo do contrário.
    Tem que verificar a "disposição" do artista em trabalhar no barracão que o contratou inicialmente. Temos casos de artesãos que chegaram e, insatisfeitos com as condições (diferentes das oferecidas), bandearam-se para os galeões "inimigos". E nãoé caso de Guajará Mirim. Aqui em Porto Velho já tivemos vários casos assim.
    Contrata-se por telefone ou no melhor bate-papo. E, quando chega na hora do "trampo" as coisas mudam drasticamente. O artesão tem o direito de escolher onde quer trabalhar.
    De qualquer forma, endosso seu pensamento de que as nações não devem contratar mão-de-obra previamente contraada pelo contrário. É uma questão de ética, além de honra pessoal.
    De minha parte, quando estive nas fileiras de frente, não aceitava sequer que fossem tecidos comentários sobre o contrário. A concentração tinha que ser exclusiva sobre nosso trabalho.
    Quanto ao Sandro, espero em Deus que sua recuperação seja breve. A arena o espera. E lá estará nosso tenor Tanny Melhem, a "Voz Maviosa da Amazônia.
    Abração.

    ResponderExcluir
  2. Você, caro Quintela, sempre ponderado e pertinente. É óbvio que tens razão em seu comentário. O que me deixa perplexo não é o fato do contrário oferecer uma proposta melhor. É o artista nem justificar sua saída. "Saiu para um passeio e voltou só para pegar as malas. Tenho dito em nossa Diretoria, repetidas vezes, que temos que estudar melhor os artistas que buscamos em Parintins, ou em qualquer outra cidade. Além de bons profissionais, devem também ter compromisso com a ética. Grande abraço, amigo e obrigado pela contribuição.

    ResponderExcluir
  3. Amigos, para contribuir com o debate: mesmo chegando à maioridade do Duelo, ainda há a necessidade de contratação de tantos artistas de Parintins? Não se trata de xenofobismo mas de valorização da mão de obra local. Em contrapartida, imagino que sempre é bom contar com profissionais de Parintins para dar uma grande suporte técnicos nas fileiras dos Bumbás. E que tal se os nossos nativos pudessem fazer um período de vivência lá na ilha? Vocês que estão na linha de frente podem responder com mais propriedade.

    Grande abraço e sucesso às duas Nações!

    Dayan Saldaanha

    ResponderExcluir

PT DE GUAJARÁ-MIRIM PARTICIPA DE ENCONTRO POLÍTICO COM EVO MORALES

Profa. Lília Ferreira, Presidente PT/GM O Presidente da Direção Regional do Movimiento al Socialismo - Instrumento Político por la Soberanía...