terça-feira, 21 de dezembro de 2010

HISTÓRIA DO CARNAVAL EM PORTO VLEHO

Deixa Falar a 1ª Escola de Samba

Eliezer Santos popularmente conhecido como Bola Sete, chegou a Porto Velho como Soldado da Borracha, justamente no mês de setembro de 1943, ano e mês em que o presidente Getúlio Vargas assinou o Decreto de criação do Território Federal do Guaporé.
Como Soldado da Borracha, Eliezer deveria, ao desembarcar no porto de Porto Velho, seguir para algum seringal, porém por se destacar entre seus companheiros, pois sabia ler e escrever, foi contratado para trabalhar no Hospital São José pelo governo territorial.
Ainda bem que ele não foi para os seringais, pois se isso acontecesse o folião portovelhense só iria assistir ao desfile de uma escola de samba a partir de 1950 quando surge a escola “O Triangulo Não Morreu”.
Bola Sete “malandro” dos bons, acostumado em sua terra natal a freqüentar as rodas de samba e desfilar durante o carnaval nessas agremiações, ao conhecer a “malandragem” de Porto Velho que freqüentava principalmente o Mocambo e a Vila Confusão, resolveu juntamente com outros boêmios e foliões, criar uma escola de samba. Foi do pensamento a realização do desejo em poucos dias e então criou a primeira escola de samba do então Território Federal do Guaporé a “Deixa Falar”.
Há alguns anos entrevistei o Porteiro, Severino Alexandre da Silva e ele contam o seguinte: “Eu estava servindo na terceira Cia de Fronteira em 1946. Era eu Antônio Leiteiro e outros que trabalhávamos no rancho, cortamos sacos de sarrapilha no fundo e do lado e fizemos a fantasia. Nascia ali o escola de samba “Deixa Falar”. O comandante ficou olhando. Tinha também o Alípio irmão do Bainha, o Preguinho apelido do Walter Bartolo, Jaime, Antônio Campo que era irmão do Cabeleira e o Inácio Campo pai; O Bola Sete era um dos baluartes e ainda tinha o Antonio Coxó e Eu com a Cobra”.

Curiosidades da Deixa Falar

Os brincantes da escola desfilavam dentro do famoso Cordão de Isolamento à frente ia o Bola Sete com uma Ma romba era o Baliza ou o Abre Alas. Como declarou o Severino Porteiro um dos brincantes (o próprio Severino ou o Antônio Coxó posicionado) logo após o Bola Sete levava uma cobra jibóia no pescoço.
Apenas homens desfilavam na escola.
A fantasia geralmente era uma camiseta com a propaganda do Vermut Martini ou Cinzano.
Os instrumentos eram apenas Surdo, tamborins, pandeiros, ronca ronca (cuíca), agogô que era chamado de gangorra.
Os instrumentos de couro eram feitos pelos próprios brincantes e precisavam ser esquentados de vez em quando, por isso um dos brincantes era responsável pelos jornais que seriam queimados para esquentar os tambores. 

BOLA SETE


Eliezer Santos popularmente conhecido como Bola Sete, chegou a Porto Velho como Soldado da Borracha, justamente no mês de setembro de 1943, ano e mês em que o presidente Getúlio Vargas assinou o Decreto de criação do Território Federal do Guaporé.
Como Soldado da Borracha, Eliezer deveria, ao desembarcar no porto de Porto Velho, seguir para algum seringal, porém por se destacar entre seus companheiros, pois sabia ler e escrever, foi contratado para trabalhar no Hospital São José pelo governo territorial.
Seu único filho Jorge Bola nos forneceu uma breve biografia: Eliezer Santos conhecido como Bola Sete, nasceu no dia 11 de agosto de 1923, no município de Itororó no estado da Bahia. Chegou a Porto Velho em setembro de 1943 como soldado da Borracha, trabalhou no Hospital São José/ foi jardineiro na praça Mal. Rondon Vendedor de bom-bom, boxer e lutador de Luta Livre criou a primeira academia de Boxe e Luta Livre do Território do Guaporé e foi o primeiro Cambista da cidade, como seus amigos gostavam de chamá-lo porque vendia bilhete da Loteria Federal e escrevia Jogo do Bicho. Precursor dos primeiros movimentos carnavalescos, além de ser criador do Movimento das Pastorinhas. Juntamente com amigos fundou a escola de samba “Deixa Falar” em 1946, a primeira escola de samba de Porto Velho e em conseqüência do Território do Guaporé; é considerado como um dos fundadores da escola de samba “Os Diplomatas do Samba” a escola do seu coração.
Bola Sete faleceu no hospital Prontocor aos 33 minutos do dia 13 de dezembro de 1985, no momento de seu passamento estavam no quarto os carnavalescos. Silvio Santos, Babá (Bola deu último suspiro nos braços do Babá), Manelão além do Dr. José Augusto.

Fonte: Diário da Amazônia, Caderno de Cultura, Coluna do Zekatraka



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