As Batalhas de Confete
As Batalhas de Confete aconteceram em Porto Velho, até o carnaval de 1960
Tudo que acontece no carnaval de Porto Velho desde sua criação em 1907, até os dias de hoje, é influencia do carnaval do Rio de Janeiro ou do carnaval de Belém do Pará. Assim foi com a introdução das Batalhas de Confete que aconteciam entre o mês de novembro até o sábado magro no mês de fevereiro ou março.
A festa era organizada pela prefeitura municipal e geralmente, acontecia na Avenida Sete de Setembro. As Batalhas de Confete eram uma prévia dos desfiles oficiais, já que a prefeitura premiava os melhores blocos de cada Batalha. Assim, os blocos dos clubes sociais Imperial, Guaporé, Danúbio Azul Bailante Clube, Bancrévea, Ypiranga e as escolas de samba, Deixa Falar, O Triângulo Não Morreu e Diplomatas, levavam para essas apresentações o que tinham de melhor (as escolas de samba não participavam do concurso apenas se apresentavam). Lembro de grandes passistas de frevo como o Julio Cezar Pontes que concorria pelo Bancrévea e do Camarão que representava o Ypiranga, era páreo duro a disputa entre esses dois foliões, o público ficava aguardando as passagens dos blocos de Bancrévea e Ypiranga só para assistir as peripécias dos dois passistas.
Durante os sábados que antecipavam os dias de carnaval propriamente dito, a prefeitura armava o palanque e promovia as Batalhas de Confete. A população da cidade em massa prestigiava a realização do evento, que geralmente começava as 17h00 e terminava no máximo as 20h00.
A grande Batalha de Confete, acontecia no Sábado Magro de Carnaval, nesse dia todos os blocos e escolas de samba se reuniam a partir das três horas da tarde, na Estação da Estrada de Ferro Madeira Mamoré para esperar Sua Majestade Rei Momo Primeiro e Único e sua Corte.
O Rei Momo embarcava na Vila de Santo Antônio numa Litorina toda decorada com motivos carnavalescos e chegava à estação de Porto Velho por volta das 17h00.
Da estação, Sua Majestade seguia para o palanque que era montado na calçada da Praça Rondon com a frente para a Avenida Sete de Setembro. Os blocos seguiam a pé a condução do Rei Momo (geralmente um Jeep), brincando carnaval ao som de suas orquestras. Ao chegar ao palanque o prefeito de Porto Velho passava oficialmente a Chave da Cidade para as mãos de Sua Majestade Rei Momo Primeiro e Único. Assim que assumia a cidade, Sua Majestade ordenava que o Arauto anunciasse as Leis que passariam a vigorar a partir daquele dia até a terça feira de carnaval.
Após essa solenidade o Rei mandava que começasse a última “Batalha de Confete” daquele carnaval e os foliões dos blocos, ao som de marchinhas e frevos pernambucanos, se esmeravam para mostrar o melhor.
As Batalhas de Confete aconteceram em Porto Velho, até o carnaval de 1960 quando o Rei Momo foi o empresário Emil Gorayeb.
Fonte: Diário da Amazônia, Caderno de Cultura, Coluna do Zekatraka
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