quarta-feira, 19 de maio de 2010

VENCEDOR E VELUDINHO: DOSE DUPLA DE CULTURA




Dois bumbás sairão da Baixa da União, fértil celeiro de cultura popular, direto para arena de disputa da XXIX Mostra de Quadrilhas e Bois-Bumbás, o maior certame cultural do gênero realizado na Região Norte, que este ano irá acontecer no período de 25 de junho a 04 de julho, durante o Arraial Flor do Maracujá. Esta é uma história de dissidência, guerrilha verbal, articulação de bastidores e muita garra de um grupo de jovens e estudantes que pretendem inovar na apresentação de grêmios culturais de bumbás da cidade.

Sai do berço efervescente de cultura popular da Baixa da União a Associação Folclórica Cultural Boi-Bumbá Vencedor, Presidido por Edvan Santos, folguedo fundado em 1° de maio de 1996, um agrupamento folclórico que durante anos representou o bairro Mariana, localizado na Zona Leste de Porto Velho, e que há poucos meses aportou na Baixa da União, após negociações entre a sua ex-presidente Edinelza Sarmento Souza e um grupo de jovens ousados, que hoje responde por este bumbá. O Vencedor virá acompanhado do Boi-Bumbá Veludinho, fundado em 1991, atualmente gerenciado por uma jovem Diretoria que re-batizado o bumbá com a alcunha de o Boi-Bumbá da Juventude, grêmio hoje presidido por Edvaldo Filho, que assumiu a direção do bumbá este ano. São estes dois bumbás que, estrategicamente unidos, confrontarão os bumbás históricos, detentores de inúmeros títulos arrebatados ao longo da história do festival folclórico.

Um grande clima de mistério cerca os temas a serem desenvolvidos pelos dois bumbás no festival deste ano. Os Quatro Guardiões da Floresta e A Vida Cabocla do Ribeirinho serão as histórias a serem desenvolvidas na arena de embate do Flor do Maracujá. Porém, nenhuma das duas Diretorias entram em detalhes sobre o tema, fazendo um grande segredo, sem se dar ao trabalho de se quer esclarecer qual tema será trabalhado por qual boi. Tudo é mistério mesmo.

A equipe composta por artistas, colaboradores, batuqueiros, artesãos e dançarinos que hoje constroem as alegorias, adereços e fantasias do Veludinho e do Vencedor é oriunda de uma dissidência ocorrida no bumbá contrário Corre Campo. Insatisfeitos com o tratamento da Diretoria do Gigante Sagrado, Nêgo, Renan, Zico, Kátia, Góes, Izaque, Valnei, Edvam e Marques de Moraes, todos ex-integrantes do Corre Campo, “cansados de serem destratados pela Diretoria daquele bumbá”, conforme afirmaram, resolveram provar que tinham competência, talento e conhecimento, decidiram então abandonar o grêmio de cultura que há anos acompanham e partiram para reorganizar, gerenciar e produzir outro folguedo cultural, deixando em condições de participar da mostra folclórica, inclusive para concorrer com o próprio Gigante Sagrado.

Possivelmente a XXIX Mostra Folclórica do Arraial Flor do Maracujá deste ano terá ingredientes com sabor de vingança, uma vez que a trupe de artesãos e artistas dos bois Veludinho e Vencedor, também composta por estudantes secundaristas (UEES) e universitários - inclusive com previsão da participação de equipe estudantil vinda do interior -, pretende mostrar na arena de disputa a dimensão da criatividade dos profissionais que o boi-bumbá contrário perdeu.

A empolgação é tanta, que as duas diretorias garantem: “nossa preocupação não é com o Corre Campo. Nossa briga será com o boi-bumbá Diamante Negro. Não entendemos as razões pelas quais todos tem medo do Veludinho. Venham se explicar na imprensa”, desafiam as diretorias dos dois bumbás.

É sob este clima, de espírito armado, que Veludinho e Vencedor entram na arena do festival. Se for apenas bravata ou se trata da mais pura verdade, somente quando consumada apuração da mostra folclórica teremos esta certeza. A sorte está lançada. Quem sobreviver (a esse tsunami de cultura popular, em dose dupla) verá.

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