Caros
Companheiros e Companheiras.
David Nogueira |
Com
a necessária benevolência de todos, resgatarei meus mais de 30 anos
de militância e direção partidária no PT-RO para tecer alguns
breves comentários e levantar alguns pontos de reflexão, tendo como
fundo a Conjuntura Eleitoral Regional.
Alianças
e composições políticas não se fazem com iguais (esses estão
dentro do mesmo espaço). Alianças se fazem com “diferentes”.
Como não poderia deixar de ser, há que ter maturidade para bem
administrá-las e justifica-las programaticamente.
Ainda
assim, para mantermos dignidade, coerência e honestidade ética e
moral, urge evitar imiscuirmo-nos com “opostos”, sob pena de
perdermos a identidade daquilo que pensamos e anunciamos ser.
Conhecemos
Cassol e sua turma há mais de 20 anos.
Sempre
foram o que são.
Representam,
não apenas a ala conservadora da política, mas encarnam o que há
de pior na política em gestos, palavras e ações.
As
pérolas ditas não foram só bravata de um fanfarrão endinheirado,
mas elas desnudavam aquilo que Cassol sempre foi.
“Se
Sem Terra fosse frango... eu comia um todos os dias”!!!
Todos
lembramos dos adjetivos destinados à Dilma, ao Lula, à Fátima como
Senadora, aos Sindicalistas, aos professores, aos trabalhadores e
trabalhadoras... além, claro, de sua ação Golpista em Brasília.
Nossa memória é razoável, logo, sabendo quem ele sempre foi, nada
daquilo nunca nos surpreendeu.
A
surpresa vem de um pequeno número de “petistas” entusiastas
(mais uma vez) dos olhos e da forma como Cassol toca a política em
Rondônia desde a sua meliante passagem pela Prefeitura de Rolim de
Moura, cuja herança principal é uma pena de cadeia de 4 anos a ser
postergada por uma Justiça cega e surda!
Há
duas hipóteses a serem desvendadas para esse persistente movimento
ideológico de poucos “militantes” eleitorais no rumo dos
“honestos, sinceros e acolhedores braços de Ivo Cassol”.
Ou
Ivo Cassol sofreu uma abdução e tornou-se uma figura a caminho da
esquerda defendendo um projeto nacionalista inclusivo, solidário e
participativo...
Ou
alguns militantes partidários deveriam ter aproveitado a janela de
transferência, assumido sua caminhada em direção à direita e
pedido, sem pestanejar, a filiação ao DEM ou ao PP, como fez o
nobre Padre de Cacoal, ao admitir sua enrustida paixão pelas
diretrizes ideológicas do Homem do Chapéu e pelo PP (um direito
democrático dele).
Pensar
em compor com Cassol é acintoso; propor é abusivo; realizar é
traição à nossa história.
A
política a caracterizar uma pessoa é a sua história. Nem mais nem
menos do que isso.
O
PT (com um forte nome de Mulher na disputa pelo Senado) tem o maior
tempo de Rádio e de Televisão destas eleições. Mídia é o pote
de ouro do processo. Há uma Conjuntura Nacional a exigir o debate do
Brasil em todos os espaços possíveis. Ao entregar o tempo de mídia
sem, contudo, garantia de vaga na Chapa Majoritária, o PT abre mão
dessa discussão em Rondônia e passa a fazer política nos mesmos
moldes das Siglas mais atrasados e lambuzados da região.
Afinal,
quem somos nós hoje?
Alguém
acredita, aceita ou imagina que a base do PT irá concordar em subir
no mesmo palanque com Cassol para fazer política e pedir votos pelo
Brasil???
A
“Delegação Institucional” de comando partidário tem limites
históricos a serem respeitados com fronteiras intransponíveis. O PT
não tem dono e nem existe para realizar desejos ou sonhos pessoais.
Existimos
pela consolidação de uma país melhor para todos e todas, pela
prática de uma política libertadora, inclusiva, participativa e por
ideais claramente definidos em nossos documentos históricos.
O
que somos, representamos e construímos está (mais que
simbolicamente) preso hoje numa fria cela em Curitiba a
espera de nossos gestos e luta nos Estados ou nos espaços em que
atuamos.
Esconder
o PT em Rondônia do debate da pauta nacional, como seria o desejo de
alguns, resume-se, basicamente, a três conceitos:
Oportunismo
vesgo, Covardia Congênita e Traição Histórica.
Há
outros caminhos e as pessoas necessitam saber (e confiar) que o PT
continua a ser a esperança renovada de uma prática política
virtuosamente diferente.
David
Nogueira
Filiado
PT/RO