quarta-feira, 25 de julho de 2018

CARTA À MILITÂNCIA PETISTA DE RONDÔNIA


Caros Companheiros e Companheiras.


David Nogueira
Com a necessária benevolência de todos, resgatarei meus mais de 30 anos de militância e direção partidária no PT-RO para tecer alguns breves comentários e levantar alguns pontos de reflexão, tendo como fundo a Conjuntura Eleitoral Regional.

Alianças e composições políticas não se fazem com iguais (esses estão dentro do mesmo espaço). Alianças se fazem com “diferentes”. Como não poderia deixar de ser, há que ter maturidade para bem administrá-las e justifica-las programaticamente.

Ainda assim, para mantermos dignidade, coerência e honestidade ética e moral, urge evitar imiscuirmo-nos com “opostos”, sob pena de perdermos a identidade daquilo que pensamos e anunciamos ser.

Conhecemos Cassol e sua turma há mais de 20 anos.

Sempre foram o que são.

Representam, não apenas a ala conservadora da política, mas encarnam o que há de pior na política em gestos, palavras e ações.

As pérolas ditas não foram só bravata de um fanfarrão endinheirado, mas elas desnudavam aquilo que Cassol sempre foi.

Se Sem Terra fosse frango... eu comia um todos os dias”!!!

Todos lembramos dos adjetivos destinados à Dilma, ao Lula, à Fátima como Senadora, aos Sindicalistas, aos professores, aos trabalhadores e trabalhadoras... além, claro, de sua ação Golpista em Brasília. Nossa memória é razoável, logo, sabendo quem ele sempre foi, nada daquilo nunca nos surpreendeu.

A surpresa vem de um pequeno número de “petistas” entusiastas (mais uma vez) dos olhos e da forma como Cassol toca a política em Rondônia desde a sua meliante passagem pela Prefeitura de Rolim de Moura, cuja herança principal é uma pena de cadeia de 4 anos a ser postergada por uma Justiça cega e surda!

Há duas hipóteses a serem desvendadas para esse persistente movimento ideológico de poucos “militantes” eleitorais no rumo dos “honestos, sinceros e acolhedores braços de Ivo Cassol”.

Ou Ivo Cassol sofreu uma abdução e tornou-se uma figura a caminho da esquerda defendendo um projeto nacionalista inclusivo, solidário e participativo...

Ou alguns militantes partidários deveriam ter aproveitado a janela de transferência, assumido sua caminhada em direção à direita e pedido, sem pestanejar, a filiação ao DEM ou ao PP, como fez o nobre Padre de Cacoal, ao admitir sua enrustida paixão pelas diretrizes ideológicas do Homem do Chapéu e pelo PP (um direito democrático dele).

Pensar em compor com Cassol é acintoso; propor é abusivo; realizar é traição à nossa história.

A política a caracterizar uma pessoa é a sua história. Nem mais nem menos do que isso.

O PT (com um forte nome de Mulher na disputa pelo Senado) tem o maior tempo de Rádio e de Televisão destas eleições. Mídia é o pote de ouro do processo. Há uma Conjuntura Nacional a exigir o debate do Brasil em todos os espaços possíveis. Ao entregar o tempo de mídia sem, contudo, garantia de vaga na Chapa Majoritária, o PT abre mão dessa discussão em Rondônia e passa a fazer política nos mesmos moldes das Siglas mais atrasados e lambuzados da região.

Afinal, quem somos nós hoje?

Alguém acredita, aceita ou imagina que a base do PT irá concordar em subir no mesmo palanque com Cassol para fazer política e pedir votos pelo Brasil???

A “Delegação Institucional” de comando partidário tem limites históricos a serem respeitados com fronteiras intransponíveis. O PT não tem dono e nem existe para realizar desejos ou sonhos pessoais.

Existimos pela consolidação de uma país melhor para todos e todas, pela prática de uma política libertadora, inclusiva, participativa e por ideais claramente definidos em nossos documentos históricos.

O que somos, representamos e construímos está (mais que simbolicamente) preso hoje numa fria cela em Curitiba a espera de nossos gestos e luta nos Estados ou nos espaços em que atuamos.

Esconder o PT em Rondônia do debate da pauta nacional, como seria o desejo de alguns, resume-se, basicamente, a três conceitos:

Oportunismo vesgo, Covardia Congênita e Traição Histórica.

Há outros caminhos e as pessoas necessitam saber (e confiar) que o PT continua a ser a esperança renovada de uma prática política virtuosamente diferente.

David Nogueira
Filiado PT/RO


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